segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Obstáculo 1

Ultimamente minha vida está deveras difusa. Acho que assumi o modo Haruhi quando ela decidiu que não seria mais uma pessoa séria e viveria intensamente. Desde que me mudei para Belo Horizonte, tenho sentido mais falta dos meus amigos do que até da minha própria família. Sério, acho que dou muito valor a eles e sei que grande parte pensa da mesma forma. Como este sentimento único entre nós não tem nome, chamamos isso de MK Vera, nome que surgiu em um contexto que nem convém ficar explicando muito aqui porque a verdadeira essência dele já se esvaiu há muito tempo e hoje já não tem mais sentido nenhum (seria como se eu fosse explicar aqui a origem de uma praça com o nome Rosa dos Ventos aqui na UFMG). Às vezes fico rindo muito do povo de Ceefe com suas brincadeiras cada vez mais internas no Twitter.
Fato é que essa tal de internet nos conecta a diversos grupos sociais inseridos em uma rede e é até legal participar de uns, mas nós só o fazemos de verdade naqueles no qual estamos diretamente inseridos. Se um cara quer de alguma forma se inserir, seja lá qual for o motivo, nós podemos tampar os velhos tempos fingindo um jogo lógico e prejudicial. Nós podemos tampar as linhas velhas fingindo que nada mais mudará. Mas, mesmo assim, ele pode ler, ele pode ler, ele pode ler, afinal, "ele é mau". De qualquer forma, em cada época sempre vai ser diferente já que nós envelhecemos (e empobrecemos) ao longo da vida.

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Momento "Descobri que ainda gosto de ler mangás"

Putz! O Volume 16 de Ouran não saiu até hoje pela Panini! O mangá já acabou e eu não estou com o menor saco de procurar um reader online pra terminar de ler a série. Na verdade, faltam menos de dez volumes pra eu terminar de ler o One Piece que o Cássio me esprestou e por mais que a história esteja massa com os tripulantes do Going Merry enfrentando os sacerdotes, parece que eu não tenho mais "feeling" para sentar e ler, na boa.

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Momento "Teoria dos 3 créditos"

Acabei de lembrar da época que eu ficava horas e horas falando de mangás com a Patrícia. Aliás... aonde anda você, Paty-chan?

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E amigos, "paixão" é uma coisa, "amor" é outra.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Terra Festival 2010

Quando fui ao Festival Planeta Terra em 2008, fiquei impressionado como existem pessoas que conseguem organizar um evento deveras grande, para dezenas de milhares de pessoas, sem se ouvir falar depois que alguém achou ruim. Como a minha primeira experiência no evento fora inenarravelmente boa, resolvi dar um crédito ao Terra mais uma vez e fui novamente, na edição deste ano.
Recebi os "smumas" Cássio Chico ChXavier e Marceloser na rodoviária para guiá-los em meio a esta selva de concreto admirável que é Belo Horizonte. Nossa intenção era ir para a casa do Gabriel, mas como lá já está superlotado com a presença do Dênis, encontramos com ele no meio do caminho e nos dirigimos ao Shopping Cidade para nos deliciarmos com uma maravilha capitalista. Lá encontramos o Thlls, que depois de comer um presunto estragado estava rachando de rir.
Depois fomos para a Liberty Square Downtown sentir porque mesmo longe ela ainda continua em mim (Udora feelings). Dessa vez não havia evangélicos carismáticos cantando (nem O Elfo) e ficamos umas boas horas conversando com o Merson e a Renata, smumas do meu prédio, que iam na caravana conosco, e com o Neto, que chegou depois guiando dois amigos de Mariana (a cidade). O ônibus não era tão confortável, como havia prometido a equipe organizadora da caravana, mas era um sacrifício tosco para as boas horas de música que receberíamos em troca.
Chegando a São Paulo fomos encontrar alguns Piratas do Quizz e eu conheci algumas das pessoas de quem o Marcelo copia as (poucas) frases massa que ele fala. Infelizmente o Sabios não estava lá, mas eu puder rir a ponto de trincar os dentes com os poucos que compareceram. Uma delas, de codinome Dani, se responsabilizou por nos guiar até o Playcenter, onde passaríamos as próximas dez horas com música nos ouvidos. Antes, porém, passamos na Galeria do Rock, onde comprei uma camisa do Lego (vou pra Formiga com ela da próxima vez que for).
Chegando ao Playcenter, já havíamos nos juntado a dois belohorizontinos estudantes de ciências da computação na UFMG que se tornaram nossos guarda-volumes. Graças à grande ideia do Guilherme, conseguimos pagar somente R$2,50 para guardarmos nossas coisas (um escaninho de R$15 onde couberam duas mochilas com os pertences de 6 pessoas). Daí foi só partir para curtir o parque. Meu espelho subjetivo passou a refletir minha juventude, onde poucas vezes tive a oportunidade de me divertir tanto como uma criança. Ganhamos uma camisa que nos dava preferência para a diversão (ação de marketing owned da Trident) e era muito legal poder furar filas quilométricas para andar nos brinquedos só porque vpcê foi uma das duas mil pessoas que chegaram primeiro no parque. Radical.
Depois de viver Los Angeles, nos dirigimos ao Main Stage para o show do Of Montreal. Cara, eles são massa, são bons, mas são extremamente boiolas. "Olha lá o Bon Clay do One Piece" - disse o Cássio ao ver o guitarrista (eu agradeci a Deus um monte por ter lido o mangá até certo ponto que pudesse entender a piada porque realmente era muito parecido). Pude rir litros do show dos caras e fiquei pensando qual seria a reação da Mariwonde ao ver o tosco desfile de moda que os "animadores de plateia" fizeram no palco durante o show. Colans que deixavam esplicitamente à mostra Subways e McDonalds eram como mato lá. Foi engraçado a hora que os caras deram um beijo no palco (nessa hora o Thlls deve ter pensado: "Qq eu tô fazendo aqui?"). E depois de vibrar ao som de músicas que eu nem me lembrava a letra direito, resolvi pedir arrego e descansar durante o show do Mika. Depois de tanta boiolisse no Of Montreal eu realmente não estava com saco para aturar Mika e seus amigos/as dizendo "We are golden, We are golden".
Nessa hora fui para o espaço Sonora descansar. Tipo, a organização tinha disponibilizado um espaço para você descansar, com travesseiros super confortáveis, carregar seu celular e entrar na internet em notebooks gratuitamente. A galera chegava lá e entrava no clima, tirava o tênis, fazia uma massagem no pé para aliviar as andanças e tinha gente que dormia mesmo sem se importar em deixar os pertences ao lado. No meio da minha soneca, eu ouvi uns gritos histéricos que me acordaram e foi aí que eu descobri que o show do Mika estava terminando. Era hora de voltar ao mais stage para pegar a trinca Phoenix/Pavement/Smashing Pumpkins. A quest de levar água para o Cássio e o Marcelo foi realizada com sucesso, mas não foi suficiente para saciar a sede e restaurar as energias deles (putafaltadesacanagem não ter Gatorade nesse Terra Festival).
Todo mundo aguardava a presença do DaftPunk no show do Phoenix, mas o Phoenix por si só foi muito bom. Eu que nunca tinha escutado as músicas da banda adorei. No final, o vocalista literalmente nadou na platéia. "Eu peguei na perna dele" - disse a Dani quando estávamos indo embora.
Ao contrário das outras bandas, o Pavement chegou e já queria tocar, mas o som dos microfones estava aguardando as propagandas que passavam no início de cada show e já meteram logo de cara uma "Gold Soundz". Maravilhoso! O show deles é bem lega, mas eu pude comprovar que eles realmente tocam um estilo de música bom para escutar antes de dormir quando se está cansado. Muita gente que estava ali esperando horas de pé só pelo show do Smashing Pumpikins sentiu as músicas do Pavement com o mesmo efeito da magia daquele carinha que faz o povo dormir no WoW. Eu só não caí no mesmo efeito porque estava ali pra ver os caras e o show deles é realmente legal. Contudo, eu já não tinha mais energia para ficar no meio da multidão no show do Smashing Pumpkins, acionei o modo looser e guiei o Marcelo e a Dani para um lugar mais tranquilo onde pudessemos nos hidratar e assistir ao grand finale de longe.
Billy Corgan e sua troupe entraram no main stage cantando "Are you with us?" com a certeza de que sim, todos estavam com eles para o show. Entretanto, muitos, como eu, esperavam um repertório mais mesclado com músicas antigas, da época de ouro da banda, mas o set list apresentou em sua grande maioria canções recentes mostrando que o verdadeiro Smashing Pumpkins é uma banda que não vive de passado e pouco importa para os tempos gloriosos de outrora, mas não deixa de tocar uma ou outra música antiga como "Zero", esta executada com uma roupagem nova bem mais rápida do que a original. Os solos viajados de Billy Corgan foram uma parte "filler" do show, se eles tocassem "Disarm", por exemplo, ao invés de ficar improvisando um instrumental de cinco minutos seria mais legal. Pra fechar "Tonight, Tonight" foi uma ótima pedida, mas atender um pedido de bis com uma "Heavy Metal Machine" de 12 minutos não foi uma boa opção. Só que o Corgan não tá nem aí pra galera, não se envolveu com público nem deu moral aos pedidos da galera, o que prova que ele se tornou um homem mecânico, que só continua tocando pra ter algo que fazer na vida. De qualquer forma foi um show legal, mas que realmente não valeria o esforço de se espremer no meio do povo para ficar junto à grade.

Impressão final
Por incrível que pareça, o show que mais me marcou mesmo foi o homossexualismo do Of Montreal. Não canso de rever o show no site do Terra. Se tiver pelo menos duas bandas boas no Terra Festival do ano que vem, com toda a certeza eu irei, mas isso vai depender do tamanho da catástrofe que o Rock in Rio 2011 vai fazer no meu bolso e da possível passagem do Interpol por Belo Horizonte no próximo ano, assim que eles treinarem o novo baixista. Até lá, vou me sentir vivo somente enquanto o VU ficar piscando alarmes que saem da minha cabeça.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Eu quero sempre mais que hoje

Quarta-feira. Volta o caos urbano, ou melhor, volto ao caos urbano. Acho que agora estou vivendo mais na MG-050 do que a Cida Leal (pretensão minha, talvez). Nesse fim de semana, dirigi-me a Formiga para o show do Capital Inicial que teve lá no sábado. Antes, porém, decidi me apresentar aos pais daquela a quem hoje tenho o prazer de dedicar uma boa parte do meu S2 (tá, essa frase foi boiolamente quinta série, eu admito). Adorei conhecer os "Wonder" (se você não percebeu, decidi estender o nick aos seus familiares porque achei essa uma referência muito massa [só não decidi ainda se chamo a sua irmã de "Mariwonder", "Ellewonde" ou só "Mariele" mesmo, se puder peça sugestões a ela, por favor]). Ser chamado de "cunhadinho" no dia seguinte me deu liberdade usar um "cunhadinha" em resposta, haha (não sei porque, mas também achei isso massa).
Entretanto, o tópico principal do fim de semana não poderia deixar de ser o show do Capital, para o qual muitos dos meus amigos estavam sem capital para ir de área vip, o que foi uma decepção vencida logo depois. O único obstáculo que nós não pudemos vencer foi a chuva. Ela me impediu de levar a Mariana e sua irmã a cunhadinha para a pré-festa na casa do Dedé. Para compensar, ficamos escutando os diversos CDs de música eletrônica dos anos 80/90 da Mariele cunhadinha (vou confessar que isso me deu muita vontade de dançar tecktonik, mas eu me segurei) enquanto o irmão delas (que não é "cunhadinho" nem aqui nem lá na China [ele é maior que eu ¬¬']) andava de um lado pro outro falando ao celular parecendo um executivo da bolsa de valores pra arrumar uma carona. Depois de decidirmos não abusar da boa vontade dos pais, fomos a pé mesmo.
Confesso que me deu uma pontada de pesar quando chegamos ao Parque de Exposições, pois naquele momento o show já tinha começado e eu sabia que meus amigos estariam esperando o melhor momento para começar o mosh pit a qualquer momento. Mas nesse momento a Mariana acionou o modo "massa" pedindo pra eu parar de reclamar e andar mais depressa ("que legal, existem mulheres que não reclamam de tudo e homens que fazem justamente o papel das que resmungam", pensei). Chegando lá, procuramos a tal área vip, até descubrir que ela tinha sido invadida a pedido da própria banda.
Enquanto procurávamos nosso melhor lugar ao sol, quer dizer, à chuva, avistei uma sena que prefiro nem comentar, mas me fez dar um ótimo e delicioso sorriso maléfico, hohoho... E aí então, quando eu já estava achando ruim ficar naquele lugar, o Dinho pronuncia as seguintes palavras: "MK Vera? O que é isso? É uma banda?" Aquilo foi suficiente para que eu conseguisse localizar meus amigos, mas eu não teria ido se a Mariana não tivesse falado: "Você quer ir pra lá?" Acho que o brilho que brotou dos meus olhos foi o suficiente para respondê-la.
Chegar lá foi como navegar em um veraneio de Vasco da Gama e ao som da música à qual essa frase faz referência não pude resistir e entrei de cara no mosh que havia armado ali. Nem lembrei que portava um guarda-chuva descartável (daqueles que você compra no Shopping Oi ao saboroso preço de R$5,00 [e no Galdino pelo triplo do preço se você não chorar]), que no final do show ficou num estado bonito de se ver após um show de rock (isso me lembrou o Matheus Lagoa, mas deixa).
O maior problema foi que o guarda-chuva não fora a única coisa que havia se perdido no meio da multidão. Por azar, eu havia decidido portar o celular da Mariana em um dos meus bolsos traseiros e o aparelho deve ter pulado junto comigo em alguma música. Nessa hora, com que cara você fica? Gostaria que a Mariana reativasse o "A gente sofre sempre por querer" pelo menos pra descrever a cara de babaca com a qual eu disse pra ela: "Eu não estou com o seu celular". Foi um ótimo cartão de visitas, né? Tipo, levo a garota pela primeira vez a um evento maior e perco o celular dela no meio do povo. Meus amigos bem sabem que eu não sou tão irresponsável assim a ponto de cometer essas gafes, mas espero que isso seja relembrado daqui a uns 10 anos com uma bela risada.
PS.: Bem, esquece aquela parada de "Mariwonder", "Ellewonde" ou "Mariele", "Cunhadinha" já está de bom tamanho pra mim. XD