terça-feira, 17 de maio de 2016

Os primeiros empecilhos

Faz pouco mais de um mês que "O Mistério da Mata da Alpineia" foi lançado e eu estou encontrando enorme dificuldade para colocar o livro nas livrarias. Nesse ponto, a falta de uma editora é realmente um ponto que pesa, mas vou compartilhar uma experiência que me serve de exemplo.
Fernando Sabino, que, segundo alguns autores, chegou a ser o segundo escritor mais vendido no Brasil na década de 80. Ficava atrás apenas de Jorge Amado, que era promovido pela Globo com dezenas de novelas. Sabino também iniciou-se na literatura pagando a publicação de seu primeiro livro. Ele mesmo o admitiu em "O Tabuleiro de Damas", seu esboço de autobiografia: "Marques Rebelo me ajudou a publicar na Editora Pongetti, em 1941, meu primeiro livro, 'Os Grilos não Cantam Mais'. Título longo, como se usava na época: '...E o Vento Levou', 'Como Era Verde o Meu Vale', 'Doutor, Aqui Está o Seu Chapéu'... Paguei a edição de mil exemplares com a minha parte no produto da venda de um lote, que meu pai dividiu entre os seis filhos." (SABINO, 2003, p.34-35)
E anos depois ele se tornou o segundo autor mais lido no país sem a promoção do canal de televisão mais influente do Estado. Hoje, eu tenho o prazer de viver na cidade onde ele desenvolveu seus primeiros esboços e confesso que é meio louco quando eu ando pela Rua da Bahia ou pelos arcos do viaduto Santa Tereza pensando que por ali passavam os Quatro Cavaleiros, como se autodenominavam Fernando Sabino, Hélio Pelegrino, Otto Lara Resende e Paulo Mendes Campos.
A literatura é um ramo difícil como qualquer outro, nem por isso me faz desistir. Confesso que esperava vender muito mais na Bienal do Livro de Minas e também obter o apoio da Prefeitura de minha cidade natal para um lançamento in loco, mas num país onde a Cultura é ameaçada de extinção pelo novo presidente, podemos esperar que o discurso seja reproduzido nos níveis mais baixos.