terça-feira, 25 de novembro de 2008

Poesia em prosa

Não nasci para ser poeta, prefiro o texto corrido. As palavras correm nele como se estivessem correndo de mim. Não quero entrar nas concepções mais filosóficas sobre alma, espírito e afins, mas gostaria de saber por que a gente se sente tão incompleto durante nossa existência. Talvez seja o sentimento humano de ambição que nos leva a querer mais e mais e sempre mais.
Na ânsia por me completar, descubro que sou cada vez mais incompleto. Procuro espalhar meu coração por todos os cantos, até encontrar a peça que complete o quebra-cabeça, no meio dessas tênues cabeças que se quebram.
E assim será, até o dia em que eu encontrar alguém que me diga como naquela música do Asian Kung-fu Generation que todo mundo understand “Seu coração está espalhado por aí, eu entendo isso”.

sábado, 22 de novembro de 2008

Reflexão relâmpago em um dia chuvoso

Um coração que ama não consegue suportar a dor de viver sozinho por muito tempo. Como já dizia o poeta, o amor é uma dor... e como é gostoso sentir essa dor. Essa dor que comprime nosso peito sem reduzir o seu volume é uma dor que completa a existência do ser. Mas a dor de viver sozinho tira a fagulha do desejo de viver.
Nós temos tendência a amar aquele que não nos ama, um platonismo existencial simples. O amor negado é muito mais gostoso do que o amor concebido, tal qual o proibido nos parece mais prazeroso. Quando alguém nos nega alguma coisa, o desejo por aquilo se torna mais atraente do que antes. Liberem a maconha e vejam se o povo vai usar. Usarão apenas nos primeiros anos da liberação, depois não vai ter graça.
Os fumantes estão parando de fumar, seus pais os descobriram. Os compositores não compõem mais, a censura se foi. Os sonhadores já não sonham mais, seus sonhos foram realizados. E eu já não amo mais, meu amor já se concretizou.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

93 pontos

Depois de meses lendo a respeito, semanas escrevendo e muitas noites de sono perdidas, esse foi o resultado do meu penoso Trabalho Cruis Cred... ops! Trabalho de Conclusão de Curso. O meu tema prezou pelo ineditismo ao falar sobre os mangás, as (nem) tão famosas revistas em quadrinhos japonesas. Em suma, foi uma tese bem escrita e fundamentada em argumentos de pesquisadores do mundo dos quadrinhos. Adorei escrever sobre o tema, pois sou admirador incondicional dessas revistas, contudo, tenho que dizer que é horrível apresentar.
Para me sentir seguro, tive a precaução de lotar a sala e convidar as duas professoras que me ajudaram nos primeiros passos da proposta, Lucimar e Fátima. Desde o início, eu sabia que 15 minutos não seriam suficientes para dizer tudo o que eu achei de interessante sobre o tema, mas por sorte minha, os avaliadores haviam esquecido seus relógios. Depois de 22 minutos e 7 segundos, veio a pior parte: a crítica. Você fica ali na frente como um enfeite enquanto os avaliadores indicam os defeitos do seu trabalho, o que não é uma sensação muito boa.
As críticas proferidas pela professora foram realmente muito severas, mas, como diria o guru Pai Mei, quando você não tem nada a criticar no texto ou no contexto, você critica na forma e as críticas ao meu trabalho se resumiram ao método científico utilizado na minha abordagem. Ao falar sobre a falta de metodologia e criticar a colocação das referências em notas de rodapé, a professora aterrorizou os alunos que assistiam à apresentação, provocando comentários entre os ouvintes, e de certa forma desnecessárias, tendo em vista a nota do trabalho.
O mais importante disso tudo é o conhecimento que eu adquiri sobre as revistas em quadrinhos, o que me incentivou a virar um pesquisador da área. Espero que meu próximo trabalho científico seja mais bem trabalhado e que eu não encontre na banca avaliadora uma professora no fim de sua existência no magistério.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Os desafios de um escritor

Mais de dois terços da minha cabeça estariam livres pra pensar em outra coisa se não fosse o Charizard a me infernizar a paciência. A ignorância e o exagero me roubam os resquícios de idéias que sobraram na minha cabeça depois de concluir minha monografia.
Esperar é muito bom para um escritor, pois nesse momento de espera ele pode formular milhares de idéias em sua mente. A meninice dos meus 21 anos não é suficiente para que eu me enquadre nessa classificação, mas tenho uma gama de produção suficiente para que umas 15 ou 16 pessoas assim me considerem.
Contudo, nessas horas percebo ser um mero e insignificante “tradutor de pensamentos”. O escritor diz o que quer, na hora que quer, da forma que quer. Eu apenas digo o que escuto ou leio, com prazo de entrega e da maneira que me mandam fazê-lo.
Até que eu me torne um escritor de verdade a única coisa que posso fazer é escutar Superguidis e cantar com todo o prazer: “Vaaaaá pro diabo que te carregue! Vá pro raio que o partaaa...!”

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Status pós Terra Festival

Depois de uma noite inteira utilizando os horários de literatura da Fátima para comentar sobre o maior e melhor evento do qual eu já participei na minha vida, eu fui embora com a Lucimar, sem dúvidas, a melhor coordenadora do curso de Letras durante minha passagem pelo Unifor. Uma pessoa que tornou-se uma amiga fora da sala de aula e com a qual eu também adquiri o hábito de conversar sobre assuntos do cotidiano.
Nessa noite a carona versou sobre TCC, a minha maior preocupação ultimamente. Comentamos sobre a situação de alguns colegas e etc.
Ela me perguntou se eu levaria a filha dela no show do Anarkaos e eu, todo empolgado, disse que levaria sim, que depois mandaria um scrap contando todos os detalhes sobre o evento.
Mas na hora que eu abri a porta do carro, ela impediu a minha saída e perguntou:
- Tchô, por último: Você vai precisar de som pra sua aula de amanhã, não vai?
Hesitei. Se eu tivesse sequer me lembrado dessa aula esse fim-de-semana eu poderia responder...

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Pause

Seria o botão que apertaria para falar do Planeta Terra Festival. Ultimamente não tenho postado aqui porque estou fazendo minha monografia final, vulgo Trabalho Cruis Credo... oops! Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Mas como foi uma experiência phodônica na minha vida, eu tenho que apertar logo o pause e começar a falar. Então vamos lá.
Pause.
Sexta-feira fizemos uma concentração muito legal na pracinha (e fomos supreendidos por um acidente muito legal [com todo respeito às vítimas] e surpreendente). Depois partimos para o show. Eu estava super quebrado, pois não tinha dormido na noite anterior devido à minha monografia. Viagem com o MK Vera pode ser definida com uma palavra: barulho. Agradeço plenamente ao Cambota que mudou esse paradigma com o DVD do Muse (banda que eu fiquei super feliz de conhecer [inclusive, já baixei a discografia completa]) e fez com que todos tirassem sonecas esporádicas dentro da van.
Quando chegamos ao estacionamento não havia sequer uma alma viva, o que me deixou meio preocupado. O nome do lugar era "Vila dos Galpões", mas eu só entendi o motivo depois de ter chegado lá. O negócio é como se fosse um quarteirão inteiro cheio de galpões abandonados! Isso mesmo, galpões abandonados! Era como se eles estivessem fazendo um evento estilo Sérgio Borges no csarão. E o mais interessante de tudo é que havia umas plaquinhas indicando extintores de incêndio que não existiam (fiquei pensando na possibilidade de fogo no local, seria perfeito...)! Para finalizar vou usar a definição do Tio do Thalles: "Parece um cenário de filme de porrada".
Depois de ver que tinha umas oito pessoas que chegaram segundos antes da gente decidimos comer. A melhor coisa que fizemos foi almoçar no restaurante meia-boca do PF de R$5. Isso me deu forças para agüentar a danosa fila do evento. Conhecemos dois carinhas legais, um de Presidente Prudente e outro de Londrina (isso mesmo, Paraná!), além de termos visto uma menina exatamente igual a Oosaki Nana, minha ídola do mundo mangá e animê. Nem mesmo a chuva foi capaz de nos vencer, principalmente eu, o único rapaz da fila inteira que teve a cautela de levar uma capa de chuva (por sinal muito bonita [até eu fiquei de cara o quanto eu tava fashion depois de ver a foto]).
Na entrada, tinha uns caras muito legais vestidos de laranja e distribuindo um negócio meio obsceno que servia para guardar bitucas de cigarro. A programação foi inteiramente impressa em papal reciclado, ou seja, nada de degradação ao meio ambiente. O banheiro local estava cheio de folhas de árvore que soltavam um cheiro de erva muito forte para apagar aquele horrível cheiro de banheiro químico. E pra quem pensa que eles destruíram dezenas de árvores só pra fazer aquilo se engana! Quando árvores (mesmo de reflorestamento) são cortadas, as folhas são um dos elementos que não são reaproveitados e reaproveitá-las num evento de rock'n'roll é uma iniciativa ambiental perfeita.
O local, como já citado anteriormente, era muito massa. O palco principal foi montado ao ar livre ao passo que o palco indie ocupava um enorme galpão com uma acústica impressionantemente perfeita. O som corria limpinho no local, o que para um galpão do naipe daqueles é uma coisa quase impossível. Deve ser a magia do lugar que fazia o som correr perfeito.
Quanto aos shows, somente quem foi poderia sentir o que os participantes sentiram. Logo no início fomos durit o (ridículo) show do Supla. Tava muito engraçado pela figura que tava lá cantando, mas cinco músicas foram suficientes para me mandar embora. Voltei ao palco principal para ficar na companhia dos meus amigos que estavam (quase todos) aguardando show lá. Fizemos amizade com um carinha que se não era apresentador do CQC, era igualzinho a um dos apresentadores. Em hora nenhuma ele revelou o nome dele, mas disse que era de São Paulo mesmo. E o cara ficava falando de CQC toda hora, mandando vários "bjo meliga", e disse que eu tinha habilidade pra fazer humor stand up (ao que eu pensei: "ele é porque não viu o MK Vera junto"). Curtimos o Vanguart, que é uma bandinha bem meia-boca, e a Mallu Magalhães que toca bem, acreditem. Mesmo tentando não zoar a cantora em respeito ao Neto e ao Matheus (e até a mim mesmo que estava gostando do show) eu não pude agüentar na hora que a galera pediu pra ela tocar Jammil. O mais legal foi que ela entrou na dança e deu uma risadinha pra gente, ao que nós paramos de zoar a artista.
Na seqüência uma escolha difícil. Ficar no palco principal curtindo Jesus and Mary Chain ou correr pro palco indie pra ver os novíssimos Foals? Acredito que eu ficaria mais feliz vendo o show do Foals, mas o clima no show do Jesus estava muito melhor. Quando eu e o meu amigo do CQC fizemos amizade com umas gatinhas fãs de Offspring que estavam lá na fissura pelo show mais esperado da noite, surgiram varios old schools para se juntarem ao pai e ao tio do Thalles. e os caras rulearam. Foi um empurra-empurra tão grande que eu não tive coragem de sair dali pra curtir o Foals. Estava muito massa! Apesar de eu ter conseguido acompanhar somente umas duas músicas do Jesus, eu senti que o show havia sido um dos melhores da noite! As patizinhas fãs de Offspring e o meu amigo CQC ficaram de cara com o tanto que o povo agitou. Mas aquilo era apenas um "prelude to destruction" para o show do Offspring. Como não sou muito fã da banda, eu comprei um Gatorate e saí correndo para ver o resto do show do Foals.
Chegando lá encontrei meu indieamigo Cambota e fiquei de cara com a apresentação do Foals. Eles são muito "foalda"! E o mais legal é que todo mundo que tava lá sabia cantar as músicas de uma banda criada ainda nesse ano! E ainda de quebra chegou um old school pirando do meu lado e falando assim: "Você estava lá no show do Jesus" e nós dois começamos a pirar juntos com a banda. Aquele "feeling" me deu ânimo para ficar no show do Spoon, o mais esperado da noite pelo Giovane, o amigo do Vitor que veio de Divinópolis para ir com a gente pro show só por causa do Spoon (Oo).
Antes, eu e o Cambota fomos comer alguma coisa, mas desistimos depois de ver as filas de 30 metros em frente às mini-lanchonetes. Então fomos pra áreaaberta do evento onde a galera podia deitar-se nos tapetes que haviam no chão ou em cima dos puffs laranja que tinham lá. Depois de descansar na área mais underground de lá, fomos para o Spoon e eu fiquei de cara quando vi a platéia cantando as músicas deles. Depois que acabou o show deles nós nos dirigimos para o palco principal. Depois de encntrar o Lalinho o Cambota desanimou de ganhar lugares no meio do povo pra ver o Playbac... oops! o Bloc Party, mas eu não desanimei. Ganhei o Marcelo de longe e enfrentei a multidão só para chegar lá na frente e curtir o show. Depois de algumas músicas, o meu amigo CQC apareceu e nós dois ficamos lá curtindo o Bloc Party (ele não estava muito animado devido à tragédia da MTV). O Kele pediu desculpas no meio do show e fez as pazes com os fãs brasileiros, mas isso não serviu para atrair novos, pois quem não achou a atitude deles legal foi correndo ver o Breeders, como o Matheus Lagoa, que achava a banda massa, e o Neto, que já declarou ser fã deles.
Por fim: Kaiser Chiefs. Nessa hora eu só queria uma coisa: dormir. No meio do povo isso era impossível. Ainda mais quando no início do show o vocalista pulou do palco e foi pro meio do povo, isso duas vezes! Impressionante! Depois que ele quietou eu comecei a cochilar em pé! Fazia duas noites que eu não sabia o que era dormir e o sono havia me arrebatado no meio do show. Depois que acabou eu ainda tive forças para comprar suprimentos e ir pra van. Chegando lá eu vi que a galera estava pior que eu. Vitor, Thalles, Neto, Matheus Lagoa, Giovane, o pai do Thalles eestavam dormindo dentro da van e o tio do Thalles no maior papo com o motorista de fora. Só faltava o Cambota, o João (os que menos agitaram na minha opinião) e o Lalinho. Depois que eu entrei na van, eu redescori o que é dormir e só acordei na única parada que a gente fez, depois voltei a acordar só quando faltavam alguns minutos para a gente chegar à nossa humilde e pacata cidade.
Ainda me pergunto o que foi feito das patricinhas que estavam lá no meio do show do Jesus esperando o Offspring. Acredito que elas tenham sido engolidas pela multidão durante o show, pois nunca mais as vi. E o meu amigo CQC foi outro que dormiu. Foi a única pessoa com as quai s eu conversei que eu peguei o e-mail. Mas ele disse qua ainda não tinha criado (??? [talvez para evitar o assédio de fãs do CQC]). Amanhã tentarei mandar o e-mail para ele. Ele deve criá-lo só para receber as fotos que a gente tirou com ele e nunca mais ter contato conosco.
Espero que tenha muitos shows bons no ano que vem para que a gente possa fazer outra escursão. E àqueles que ficaram já vai um aviso: preparem-se para o ano que vem, mesmo que suas almas estejam estudando ou trabalhando na Universidade Federal do Acre, pois a experiência deixou um gostinho muito rande de quero mais.