segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Obstáculo 1

Ultimamente minha vida está deveras difusa. Acho que assumi o modo Haruhi quando ela decidiu que não seria mais uma pessoa séria e viveria intensamente. Desde que me mudei para Belo Horizonte, tenho sentido mais falta dos meus amigos do que até da minha própria família. Sério, acho que dou muito valor a eles e sei que grande parte pensa da mesma forma. Como este sentimento único entre nós não tem nome, chamamos isso de MK Vera, nome que surgiu em um contexto que nem convém ficar explicando muito aqui porque a verdadeira essência dele já se esvaiu há muito tempo e hoje já não tem mais sentido nenhum (seria como se eu fosse explicar aqui a origem de uma praça com o nome Rosa dos Ventos aqui na UFMG). Às vezes fico rindo muito do povo de Ceefe com suas brincadeiras cada vez mais internas no Twitter.
Fato é que essa tal de internet nos conecta a diversos grupos sociais inseridos em uma rede e é até legal participar de uns, mas nós só o fazemos de verdade naqueles no qual estamos diretamente inseridos. Se um cara quer de alguma forma se inserir, seja lá qual for o motivo, nós podemos tampar os velhos tempos fingindo um jogo lógico e prejudicial. Nós podemos tampar as linhas velhas fingindo que nada mais mudará. Mas, mesmo assim, ele pode ler, ele pode ler, ele pode ler, afinal, "ele é mau". De qualquer forma, em cada época sempre vai ser diferente já que nós envelhecemos (e empobrecemos) ao longo da vida.

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Momento "Descobri que ainda gosto de ler mangás"

Putz! O Volume 16 de Ouran não saiu até hoje pela Panini! O mangá já acabou e eu não estou com o menor saco de procurar um reader online pra terminar de ler a série. Na verdade, faltam menos de dez volumes pra eu terminar de ler o One Piece que o Cássio me esprestou e por mais que a história esteja massa com os tripulantes do Going Merry enfrentando os sacerdotes, parece que eu não tenho mais "feeling" para sentar e ler, na boa.

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Momento "Teoria dos 3 créditos"

Acabei de lembrar da época que eu ficava horas e horas falando de mangás com a Patrícia. Aliás... aonde anda você, Paty-chan?

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E amigos, "paixão" é uma coisa, "amor" é outra.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Terra Festival 2010

Quando fui ao Festival Planeta Terra em 2008, fiquei impressionado como existem pessoas que conseguem organizar um evento deveras grande, para dezenas de milhares de pessoas, sem se ouvir falar depois que alguém achou ruim. Como a minha primeira experiência no evento fora inenarravelmente boa, resolvi dar um crédito ao Terra mais uma vez e fui novamente, na edição deste ano.
Recebi os "smumas" Cássio Chico ChXavier e Marceloser na rodoviária para guiá-los em meio a esta selva de concreto admirável que é Belo Horizonte. Nossa intenção era ir para a casa do Gabriel, mas como lá já está superlotado com a presença do Dênis, encontramos com ele no meio do caminho e nos dirigimos ao Shopping Cidade para nos deliciarmos com uma maravilha capitalista. Lá encontramos o Thlls, que depois de comer um presunto estragado estava rachando de rir.
Depois fomos para a Liberty Square Downtown sentir porque mesmo longe ela ainda continua em mim (Udora feelings). Dessa vez não havia evangélicos carismáticos cantando (nem O Elfo) e ficamos umas boas horas conversando com o Merson e a Renata, smumas do meu prédio, que iam na caravana conosco, e com o Neto, que chegou depois guiando dois amigos de Mariana (a cidade). O ônibus não era tão confortável, como havia prometido a equipe organizadora da caravana, mas era um sacrifício tosco para as boas horas de música que receberíamos em troca.
Chegando a São Paulo fomos encontrar alguns Piratas do Quizz e eu conheci algumas das pessoas de quem o Marcelo copia as (poucas) frases massa que ele fala. Infelizmente o Sabios não estava lá, mas eu puder rir a ponto de trincar os dentes com os poucos que compareceram. Uma delas, de codinome Dani, se responsabilizou por nos guiar até o Playcenter, onde passaríamos as próximas dez horas com música nos ouvidos. Antes, porém, passamos na Galeria do Rock, onde comprei uma camisa do Lego (vou pra Formiga com ela da próxima vez que for).
Chegando ao Playcenter, já havíamos nos juntado a dois belohorizontinos estudantes de ciências da computação na UFMG que se tornaram nossos guarda-volumes. Graças à grande ideia do Guilherme, conseguimos pagar somente R$2,50 para guardarmos nossas coisas (um escaninho de R$15 onde couberam duas mochilas com os pertences de 6 pessoas). Daí foi só partir para curtir o parque. Meu espelho subjetivo passou a refletir minha juventude, onde poucas vezes tive a oportunidade de me divertir tanto como uma criança. Ganhamos uma camisa que nos dava preferência para a diversão (ação de marketing owned da Trident) e era muito legal poder furar filas quilométricas para andar nos brinquedos só porque vpcê foi uma das duas mil pessoas que chegaram primeiro no parque. Radical.
Depois de viver Los Angeles, nos dirigimos ao Main Stage para o show do Of Montreal. Cara, eles são massa, são bons, mas são extremamente boiolas. "Olha lá o Bon Clay do One Piece" - disse o Cássio ao ver o guitarrista (eu agradeci a Deus um monte por ter lido o mangá até certo ponto que pudesse entender a piada porque realmente era muito parecido). Pude rir litros do show dos caras e fiquei pensando qual seria a reação da Mariwonde ao ver o tosco desfile de moda que os "animadores de plateia" fizeram no palco durante o show. Colans que deixavam esplicitamente à mostra Subways e McDonalds eram como mato lá. Foi engraçado a hora que os caras deram um beijo no palco (nessa hora o Thlls deve ter pensado: "Qq eu tô fazendo aqui?"). E depois de vibrar ao som de músicas que eu nem me lembrava a letra direito, resolvi pedir arrego e descansar durante o show do Mika. Depois de tanta boiolisse no Of Montreal eu realmente não estava com saco para aturar Mika e seus amigos/as dizendo "We are golden, We are golden".
Nessa hora fui para o espaço Sonora descansar. Tipo, a organização tinha disponibilizado um espaço para você descansar, com travesseiros super confortáveis, carregar seu celular e entrar na internet em notebooks gratuitamente. A galera chegava lá e entrava no clima, tirava o tênis, fazia uma massagem no pé para aliviar as andanças e tinha gente que dormia mesmo sem se importar em deixar os pertences ao lado. No meio da minha soneca, eu ouvi uns gritos histéricos que me acordaram e foi aí que eu descobri que o show do Mika estava terminando. Era hora de voltar ao mais stage para pegar a trinca Phoenix/Pavement/Smashing Pumpkins. A quest de levar água para o Cássio e o Marcelo foi realizada com sucesso, mas não foi suficiente para saciar a sede e restaurar as energias deles (putafaltadesacanagem não ter Gatorade nesse Terra Festival).
Todo mundo aguardava a presença do DaftPunk no show do Phoenix, mas o Phoenix por si só foi muito bom. Eu que nunca tinha escutado as músicas da banda adorei. No final, o vocalista literalmente nadou na platéia. "Eu peguei na perna dele" - disse a Dani quando estávamos indo embora.
Ao contrário das outras bandas, o Pavement chegou e já queria tocar, mas o som dos microfones estava aguardando as propagandas que passavam no início de cada show e já meteram logo de cara uma "Gold Soundz". Maravilhoso! O show deles é bem lega, mas eu pude comprovar que eles realmente tocam um estilo de música bom para escutar antes de dormir quando se está cansado. Muita gente que estava ali esperando horas de pé só pelo show do Smashing Pumpikins sentiu as músicas do Pavement com o mesmo efeito da magia daquele carinha que faz o povo dormir no WoW. Eu só não caí no mesmo efeito porque estava ali pra ver os caras e o show deles é realmente legal. Contudo, eu já não tinha mais energia para ficar no meio da multidão no show do Smashing Pumpkins, acionei o modo looser e guiei o Marcelo e a Dani para um lugar mais tranquilo onde pudessemos nos hidratar e assistir ao grand finale de longe.
Billy Corgan e sua troupe entraram no main stage cantando "Are you with us?" com a certeza de que sim, todos estavam com eles para o show. Entretanto, muitos, como eu, esperavam um repertório mais mesclado com músicas antigas, da época de ouro da banda, mas o set list apresentou em sua grande maioria canções recentes mostrando que o verdadeiro Smashing Pumpkins é uma banda que não vive de passado e pouco importa para os tempos gloriosos de outrora, mas não deixa de tocar uma ou outra música antiga como "Zero", esta executada com uma roupagem nova bem mais rápida do que a original. Os solos viajados de Billy Corgan foram uma parte "filler" do show, se eles tocassem "Disarm", por exemplo, ao invés de ficar improvisando um instrumental de cinco minutos seria mais legal. Pra fechar "Tonight, Tonight" foi uma ótima pedida, mas atender um pedido de bis com uma "Heavy Metal Machine" de 12 minutos não foi uma boa opção. Só que o Corgan não tá nem aí pra galera, não se envolveu com público nem deu moral aos pedidos da galera, o que prova que ele se tornou um homem mecânico, que só continua tocando pra ter algo que fazer na vida. De qualquer forma foi um show legal, mas que realmente não valeria o esforço de se espremer no meio do povo para ficar junto à grade.

Impressão final
Por incrível que pareça, o show que mais me marcou mesmo foi o homossexualismo do Of Montreal. Não canso de rever o show no site do Terra. Se tiver pelo menos duas bandas boas no Terra Festival do ano que vem, com toda a certeza eu irei, mas isso vai depender do tamanho da catástrofe que o Rock in Rio 2011 vai fazer no meu bolso e da possível passagem do Interpol por Belo Horizonte no próximo ano, assim que eles treinarem o novo baixista. Até lá, vou me sentir vivo somente enquanto o VU ficar piscando alarmes que saem da minha cabeça.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Eu quero sempre mais que hoje

Quarta-feira. Volta o caos urbano, ou melhor, volto ao caos urbano. Acho que agora estou vivendo mais na MG-050 do que a Cida Leal (pretensão minha, talvez). Nesse fim de semana, dirigi-me a Formiga para o show do Capital Inicial que teve lá no sábado. Antes, porém, decidi me apresentar aos pais daquela a quem hoje tenho o prazer de dedicar uma boa parte do meu S2 (tá, essa frase foi boiolamente quinta série, eu admito). Adorei conhecer os "Wonder" (se você não percebeu, decidi estender o nick aos seus familiares porque achei essa uma referência muito massa [só não decidi ainda se chamo a sua irmã de "Mariwonder", "Ellewonde" ou só "Mariele" mesmo, se puder peça sugestões a ela, por favor]). Ser chamado de "cunhadinho" no dia seguinte me deu liberdade usar um "cunhadinha" em resposta, haha (não sei porque, mas também achei isso massa).
Entretanto, o tópico principal do fim de semana não poderia deixar de ser o show do Capital, para o qual muitos dos meus amigos estavam sem capital para ir de área vip, o que foi uma decepção vencida logo depois. O único obstáculo que nós não pudemos vencer foi a chuva. Ela me impediu de levar a Mariana e sua irmã a cunhadinha para a pré-festa na casa do Dedé. Para compensar, ficamos escutando os diversos CDs de música eletrônica dos anos 80/90 da Mariele cunhadinha (vou confessar que isso me deu muita vontade de dançar tecktonik, mas eu me segurei) enquanto o irmão delas (que não é "cunhadinho" nem aqui nem lá na China [ele é maior que eu ¬¬']) andava de um lado pro outro falando ao celular parecendo um executivo da bolsa de valores pra arrumar uma carona. Depois de decidirmos não abusar da boa vontade dos pais, fomos a pé mesmo.
Confesso que me deu uma pontada de pesar quando chegamos ao Parque de Exposições, pois naquele momento o show já tinha começado e eu sabia que meus amigos estariam esperando o melhor momento para começar o mosh pit a qualquer momento. Mas nesse momento a Mariana acionou o modo "massa" pedindo pra eu parar de reclamar e andar mais depressa ("que legal, existem mulheres que não reclamam de tudo e homens que fazem justamente o papel das que resmungam", pensei). Chegando lá, procuramos a tal área vip, até descubrir que ela tinha sido invadida a pedido da própria banda.
Enquanto procurávamos nosso melhor lugar ao sol, quer dizer, à chuva, avistei uma sena que prefiro nem comentar, mas me fez dar um ótimo e delicioso sorriso maléfico, hohoho... E aí então, quando eu já estava achando ruim ficar naquele lugar, o Dinho pronuncia as seguintes palavras: "MK Vera? O que é isso? É uma banda?" Aquilo foi suficiente para que eu conseguisse localizar meus amigos, mas eu não teria ido se a Mariana não tivesse falado: "Você quer ir pra lá?" Acho que o brilho que brotou dos meus olhos foi o suficiente para respondê-la.
Chegar lá foi como navegar em um veraneio de Vasco da Gama e ao som da música à qual essa frase faz referência não pude resistir e entrei de cara no mosh que havia armado ali. Nem lembrei que portava um guarda-chuva descartável (daqueles que você compra no Shopping Oi ao saboroso preço de R$5,00 [e no Galdino pelo triplo do preço se você não chorar]), que no final do show ficou num estado bonito de se ver após um show de rock (isso me lembrou o Matheus Lagoa, mas deixa).
O maior problema foi que o guarda-chuva não fora a única coisa que havia se perdido no meio da multidão. Por azar, eu havia decidido portar o celular da Mariana em um dos meus bolsos traseiros e o aparelho deve ter pulado junto comigo em alguma música. Nessa hora, com que cara você fica? Gostaria que a Mariana reativasse o "A gente sofre sempre por querer" pelo menos pra descrever a cara de babaca com a qual eu disse pra ela: "Eu não estou com o seu celular". Foi um ótimo cartão de visitas, né? Tipo, levo a garota pela primeira vez a um evento maior e perco o celular dela no meio do povo. Meus amigos bem sabem que eu não sou tão irresponsável assim a ponto de cometer essas gafes, mas espero que isso seja relembrado daqui a uns 10 anos com uma bela risada.
PS.: Bem, esquece aquela parada de "Mariwonder", "Ellewonde" ou "Mariele", "Cunhadinha" já está de bom tamanho pra mim. XD

domingo, 31 de outubro de 2010

Presente de (deus) grego

Depois de ler o final do "Universo Praçarelo" (série de postagens sistêmicas do meu amigo Lalinho Dias) e ver que até a pedagoga lançou um livro, senti-me na obrigação de começar a minha própria história literária, nem que seja pra mim mesmo ou só eu mesmo ler. Ainda assim, prefiro gastar o meu tempo ocioso com um mangá, anime, série ou jogo no momento, mas, não sei por quê, não consigo mais empolgar absurdamente de uma vez com nenhum mangá/anime/série/jogo novo que eu pego pra ler/assistir/jogar. Eu leio alguns capítulos, vejo alguns episódios, faço algumas quests e logo, logo já me dá vontade de fazer outra coisa.
Atualmente, estou lendo One Piece depois de ter paralisado a leitura por um bom tempo devido à minha mudança para Belo Horizonte (onde os volumes do Cássio ficaram parados uns bons momentos na minha estante até que eu chegasse na Praça e tomasse 627 spoilers sobre a nova saga de Luffy e seus amigos). Mas outro dia mesmo comecei a ler Nurayhion no Mago, um anime que eu comecei a ver antes de terminar o Saiunkoku (que eu também só comecei depois de a Paty começar a utilizar dezenas de referências dele nas nossas conversas pelo MSN). Os trailers de Diablo III me incentivaram a jogar Diablo II, na expectativa de reaprender o modo de jogo (que provavelmente será destruído com o novo lançamento) tão peculiar deste clássico dos jogos para PC. Só que depois de ouvir o Ricardo, meu colega de AP, jogando Plants Vs. Zombies, senti uma enorme vontade de jogá-lo.
Amigos psicólogos e/ou estudantes de psicologia me ajudem: Será que estou ficando velho? Será que não consigo mais fazer coisas por mim mesmo? Ultimamente, só tenho feito coisas graças ao incentivo (mesmo que indireto) de outras pessoas. Seria isso falta de personalidade ou a caracterização de uma personalidade "Maria vai com as outras"? Ou é apenas mais um dos complexos que a Mariwonde diz que eu tenho?
Esses dias, sentei-me à frente de uma folha de papel imáginária e comecei a juntar frases para tentar dizer algo que nem mesmo aquele que me pediu que escrevesse sabia dizer (putz, o cara não sabia nem explicar o que ele queria fazer, Apolo não teve dó dele mesmo, coitado...). E nesse, ínterim, acabei descobrindo algumas informações interessantes que compilei em um documento denominado "Ideias soltas", para que eu pudesse começar a montar uma história depois e escrever um romance tosco algum dia, quem sabe.
Entretanto, a pressa para terminar o artigo que estava a escrever fez com que eu retirasse meu pendrive/MP3 player do notebook sem removê-lo, ou sequer fechar os arquivos que estavam abertos. Resultado: o negócio estragou lindamente e agora apenas pisca aquela luzinha sínica quando eu o plugo numa entrada USB. Logo, perdi as ideias que já eram soltas e agora vou ter de repensar uma boa história para desenvolver de novo. O tenso é que isso aconteceu justamente depois que Apolo resolveu ter dó de mim e me conferiu um pouco de inspiração para poder escrever algo interessante. Para que santo eu teria de rezar para o Felipe, outro colega de AP, conseguir recuperar os arquivos do meu pendrive através do Linux? Enquanto não existe nenhum santo protetor/padroeiro dos dispositivos digitais, vou rezar pra São Longuinho mesmo, pra ver se recupero o tal arquivo "perdido".
PS.: Isso me levou a pensar uma coisa legal: Se você oferece três pulinhos pra conseguir encontrar algo que pediu a São Longuinho, para uma coisa maior você ofereceria o quê? Três saltos de pára-quedas? Três saltos de bung-jump? Pense nisso...

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Valha-me Apolo

Apolo tem me faltado nos últimos tempos. Isso se justifica pelo fato de eu estar a mais de duas semanas sem nada postar aqui. Falta-me a inspiração, atribuída na Grécia Antiga a ele, Apolo, o deus de todas as boas qualidades que um ser humano pode ter, para unir as palavras conferindo a elas um sentido único e afastar a ambiguidade. Entretanto, nestes tempos estou mais propenso a encontrar múltiplos sentidos nas palavras para não deixar escapar uma piadinha sequer (de quem será a culpa, hein?).
Hoje penso "ainda bem que não vivo de escrever", mas fico temeroso de que isso atrapalhe o desenvolvimento das minhas letras. Quando era forçado a escrever, mesmo quando não gostava do assunto ou não concordava com a opinião que devia passar, não me era falho o ato da escrita. Na verdade, às vezes era, mas por ser forçado a produzir o texto, de vez em quando ainda fazia algumas coisas legais. Agora, meus relatos não passam de "viagens na maionese" ou viagens mesmo (a maioria delas para a minha cidade natal).
E para não fugir à regra, como tem muito tempo que eu não posto aqui, venho falar do meu fim de semana (prolongado por mim mesmo) em Formiga. Futiract foi ruim (pra mim). Fiz uma péssima atuação como goleiro e nós ainda perdemos o jogo. Tá... mas só isso que foi ruim mesmo, porque o resto foi até legal. Só que domingo eu pude perceber o quanto a minha turma está ficando cachacera (em todos os trocadilhos possíveis dessa palavra). Eu que nem bebi um gole sequer na festa tive de limpar dois dos cinco vômitos que lá encontramos e a traumática garrafa quebrada do Lalinho (o que me rendeu um belo corte na mão, devido ao caco que grudou no chão com a sobra da bebida que havia no frasco, e ninguém viu). Fiquei impressionado com monte de biras de cigarro que encontrei, o que me fez pensar ainda mais no trocadilho que fiz há pouco. Espero sinceramente não encontrar pontas de baseado na próxima limpeza que fizer, pois se isso acontecer vou prefirir andar com os cabaços otakus e jogadores de Pokémon...
Mas Apolo, que me faltara esses tempos, presenteou-me com a oportunidade de curtir o primeiro dia da Noite de Todas as Letras do Unifor-MG. Como ex-aluno do curso de Letras do Unifor-MG, posso dizer uma coisa: se eu saí mal-preparado para o mercado de trabalho ao fim do meu curso, tenho dó dos jovens que estão lá agora. Os trabalhos que vi apenas comprovaram a falta de capacidade dos alunos de letras daquela instituição para produzir material artístico. Muito me espantou o teatro escrito/adaptado da Suisâmela Samicida Sâmela. Nunca imaginei que ela pudesse escrever um texto com palavras tão nobres como as que ela usou (pena que ela cagou na obra utilizando palavrões como o que eu usei nesse parêntese. Tipo, eu penso assim: se é pra usar a linguagem coloquial não dá pra casar o texto com um vocabulário requintado. Ou um, ou outro, pô! E as aulas de linguística/teoria da literatura?).
Para fechar a noite, houve o lançamento do livro da mais nova escritora formiguense (e os leitores desse blog vão se impressionar caso conheçam a peça e não saibam do tal lançamento) Elizangela Rocha, a "editora-chefe da Revista 'a par' e coordenadora do projeto educacional 'Formigando' [pedagoga, né?]" como foi apresentada fechando a sua lista de cargos/adjetivos da mesma forma que o nosso jornalista/escritor/compositor/professor/entre muitos e demais outros cargos chefe de tempos passados costuma se apresentar. Massa foi que dessa vez ele não deu as caras e (pra variar) mandou o seu representante número um, apresentado como jornalista/escritor/professor/crítico literário (?) Flávio Roberto Pinto, conhecido apenas como "Flavinho" em tempos mais humildes. O título do livro explica exatamente como foi a "solenidade": "O Ilusório" (coitado do reitor que teve de ver tanta bobagem que até alunos do ensino médio seriam capazes de fazer melhor).
Contudo, tenho de dizer que o livro é até massa (sim, eu comprei um exemplar e ainda pedi autógrafo [até porque se fosse eu a viver tal situação ilusória {e eu ainda tenho esse sonho infantil tosco}, eu ficaria feliz se ela também o fizesse]). Apesar de eu não curtir essa vibe de escritores de poesia do modernismo (que banalizou a rima), tenho de admitir que as poesias da Elizangela são bem legais. Ela escreve bem, de alguma forma.
Isso aumentou ainda mais a minha vontade de escrever um livro. Mas isso seria assunto para um outro post, pois esse já está grande e pode afastar os leitores que conquistei. Acho que vou fazer uma oferenda a Apolo pedindo inspiração para escrever a minha própria história...

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Males que fazem bem

Há duas semanas fui "supreendido" com a história de que teria de mudar de setor dentro da Escola de Música para resolver um desentendimento entre funcionários. A primeira coisa que pensei foi exatamente "P*#%@, eu não tenho m&#%@ nenhuma a ver com essa d&$*#@$@", mas meu semblante sereno e calmo foi suficiente para esconder esse pensamento horroroso que havia imperado na minha mente. Achei por bem não contestar a mudança, justamente por não ter bagagem suficiente para constetá-la e por pensar que a mudança poderia me beneficiar de alguma forma.
Trocaram meu horário de 8h30 às 17h30 para 13h00 às 20h00, ou seja, recebi um "bônus" de uma hora a menos na carga horária por ter de trabalhar à noite. O "benefício intantâneo" fora do expediente que recebi foi o de poder ficar na internet até mais tarde sem ter a preocupação de acordar cedo no dia seguinte, era realmente tenso lutar contra o despertador do celular de manhã e chegar ao trabalho entre 8h45 e 9h15, nunca no horário que me foi determinado iniciar as atividades. Agora, também tenho mais tempo para cuidar da minha casa, afinal, fazer tarefas domésticas pela manhã é muito mais animador do que fazê-las à noite, quando você já está cansado de dedicar o seu cérebro a uma atividade intelectual o dia todo.
Por outro lado, passeios no shopping à noite, como os que eu adorava fazer no Del Rey sozinho ou no Cidade com o Muppy-senpai ocasionalmente, ficarão distantes (quando quiser ver o senpai, acho que vou ter de ir à terra dele ou marcar algum almoço no bandejão da Faculdade de Direito). Também não vou poder amolar o Gabriel durante a semana (nem pagar aquela partida de Go, que estou devendo ele há décadas, durante a semana), o que para ele é menos mal, pois ele precisa estudar para continuar se divertindo conosco na Capital dos Mineiros ano que vem.
Esses pensamentos me atormentaram um bom tempo durante essas duas semanas e a cada "prejuízo" que eu encontrava, eu pensava num "benfício" para manter o equilíbrio, não prejudicar o Ying-Yang e poder curtir o fim de semana na boa. Mesmo com o "temporal" (aqueles típicos de interior, se é que vocês entendem) que passou pela cidade de Formiga na sexta-feira, encontrei uma boa parte dos meus amigos no nosso refúgio coberto (o CCAA) na Praça da Matriz e após uma longa conversa sobre card games, velhas virgens e outras coisas mais, fomos embora dormir para enfrentar o dia seguinte.
Sábado, pude ver o Eron pela manhã (não podia deixar de recebê-lo na minha cidade, embora não tenha me dedicado 100% à vinda dele, afinal de contas, ele nem veio 100% por minha causa e eu espero que os 90% pelos quais ele tenha ido tenham sido correspondidos). À tarde, cumpri minhas obrigações como parceiro da Skirk Land, embora o Renan tenha trabalhado mais do que eu, acredito. À noite, tive de cumprir meus compromissos como rotaractiano e apresentar o meu projeto do mês, mas depois tive de escolher entre sair com meus amigos, com a galera do Twitter ou com as amigas da Mariana. Agradeço imensamente por a Mariana ter "dado o bolo" em suas amigas e ter me acompanhado a mais uma "Festa do Câncer" na casa do Marcelo (um daqueles eventos onde a gente só come alimentos que no futuro vão causar doenças cancerígenas, como as de fígado que eu causei com a minha pipoca extra-salgada nas pessoas que compareceram a esta edição). Se não fosse ela, acredito que teríamos de esperar mais uns 20 minutos para podermos comer a primeira leva de pipocas com ki-suco, visto que os demais integrantes não sabiam sequer fritar pipocas (aliás, é assim mesmo que se fala?) e a Mariazinha estava exercendo o seu vício no Orkut, jogando Mini-Fazenda. A paçoquinha do final foi essencial para contrabalancear com o sal excessivo que eu coloquei em uma das levas de pipoca e eu não vou nem comentar o meu fracasso no Guitar Hero, embora tenha me divertido mais do que se eu tivesse a mesma habilidade do Leo ou do Leozinho. Esses eventos podem ter todo o teor "infantil" que contém, mas são coisas que muito me alegram e é muito bom poder compartilhar deste sentimento com os outros.
Mas o maior dos benefícios de ter mudado de setor é não ter de voltar de Formiga no domingo à noite. Assim, posso reunir os treinadores no domingo para um "bom duelo" (parabéns, Léo, finalmente foi campeão, hein?) e passar o resto da noite com aquela que espero muito me alegrar de agora em diante, assim que "consumarmos" o relacionamento ao qual nos propusemos enfrentar daqui pra frente. De tudo, se mudar de setor foi mesmo um "mal", hoje já é uma coisa que me faz bem.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Influência Musical

Atendendo a pedidos, vim explicar algumas coisas sobre o microconto(sco) sobre duas pessoas nada a ver que escrevi em três partes nesses últimos tempos. Vou começar dizendo porque resolvi escrevê-lo desta maneira. Na verdade, quem acompanha este blog retardado da internet, sabe muito bem que eu costumo falar em rodeios sobre coisas que tem me atormentado. E de certa forma, alguns até têm medo de quando eu começo a falar assim, pois temem que entre novamente em depressão e vá parar no hospital. Gente, eu fui para no hospital por falta de sono e se vocês ainda têm algum tipo de preocupação a esse respeito, perguntem ao Gabriel, o Téia, Thlls ou Saimon se eu continuo tendo problemas com sono.
Enfim, é fato que algumas coisas me atormentaram esses tempos, principalmente depois da Festa da Cerveja. Eu queria dividir isso com alguém e o fato de dividir isso com alguém que eu gosto muito me fazia pensar em querer ter essa pessoa ao meu lado, embora soubesse muito bem que tal pessoa não estivesse afim disso. Foi aí que começou a história.

*Os títulos dos posts fazem referências às bandas que eu estava escutando no dia em que fiz cada post. "Você, a anarquia e o caos" exprime explicitamente a referência ao Anarkaos, principalmente pelos trechos "Sua vaidade não está no batom..." e "todos que a olham sempre perguntam: 'Quem ela vai amar?'", que são trechos de uma música da banda que (putaquepariu) eu não lembro o nome agora. Outro trecho faz referência à música "Tão doce, tão amargo" do segundo CD da banda que diz "Ando pelas ruas dessa cidade estúpida na esperança de te encontrar" ("Alguns andam pelas ruas estúpidas na esperança de encontrá-la."). Mas o início do post, bem como outras partes dele, foram retiradas de músicas da cantora japonesa Yui (aqui em referência num trocadilho com "you", o que nos leva a um título como "Yui e Anarkaos", depois de fazer toda essa analogia), onde ela diz "Eu acho que eu penso mais do que o necessário no meu quarto quando não consigo dormir" (trecho inicial da música Skyline).
*Eu decidi juntar as partes das letras pra fazer um post como se estivesse pensando em uma mulher e tentando descrever sua fisionomia em palavras (o "rosto em palavras" do texto), o que não representa 100% o rosto verdadeiro da minha "musa inspiradora" ou como eu gostaria que fosse o rosto dela, enfim.
*A "garota que espera na janela" era uma referência à minha vontade de encontrar um outro alguém com quem eu pudesse partilhar meu cotidiano, sem ter que vir aqui escrever coisas nada a ver, mas no início ela não representava ninguém em específico.
*O segundo post foi escrito ao som de Asian Kung Fu Generation (a "Geração das artes marciais") e Interpol (o "interpoladas" do título) e trechos como "Cansou-se de ver o amor e seguí-lo na velocidade da luz. Sim, o truque é ir com calma" ("I've seen love and I follow the speed of the starlight" - trecho de Pace is the Trick, do Interpol) e "Com certeza, um dia..." ("Negau yo kitto itsuka" - trecho de Understand, do Asian Kung Fu Generation) são referências a essas bandas.
*O segundo post só foi escrito porque a "garota que espera na janela", que antes não representava ninguém em específico, como eu disse anteriormente, passou a representar alguém (sim, é você leitora anônima que comenta ocasionalmente), por isso, ela estava dentro de casa e o rapaz "queria entrar, mas tinha medo", pois eu ainda não lhe conhecia muito bem e ficava sempre imaginando coisas que talvez nunca acontecessem, embora tenham acontecido depois. A vontade de "correr para o rosto em palavras" representava o realismo que não dava garantia nenhuma de que algo fosse mesmo acontecer, embora tenha acontecido algo depois.
*O terceiro post foi feito ao som de Ludov (que aparece no trocadilho "Veja o ludo", embora eu tivesse pensado em algum anagrama como Veludo, Vê Ludo ou Ludo Vê) e MopTop (que eu coloquei como "topo do míope" exclusivamente por falta de criatividade na hora, porque agora eu percebi que essa analogia ficou uma merda), mas a influência musical dessas bandas é bem menos evidente, pois ao contrário dos outros posts, esse não foi feito com base nas músicas das bandas e as poucas referências que eu usei foram só pra manter o estilo mesmo.
*O nome dos personagens foi um problema. Assim como o Lalinho, sempre tive dificuldade em invetar nomes para personagens masculinos, até porque se eu colocasse o nome de algum amigo/conhecido meu, muitos iam pensar que o personagem da história era ele ou que era querendo ser o meu amigo ou algo do gênero, o que realmente não tem nada a ver. Pensei em usar Eduardo, porque a gama de "Eduardos" que eu conheço é mínima, mas aí eu lembrei que esse era o nome do personagem principal do "Encontro Marcado", de Fernando Sabino, então deixei a ideia de lado. Aí acabei em Paulo, pelo mesmo motivo que tinha escolhido o nome anterior e dessa vez não fazia referência nenhuma a qualquer livro ou história que eu tenha lido anteriormente e gostado o suficiente pra lembrar.
*Depois de pensar muito para escolher o nome do personagem masculino fiz o caminho completamente inverso para escolher o nome do personagem feminino e coloquei de cara o nome que mais têm me ocorrido quando eu conheço uma mulher nos últimos tempos: Marina. Todas as Marinas (e suas variantes tipo Mariana, Maria, Ana, Ana Maria) que eu conheço, são mulheres que eu prezo por demais e admiro bastante por alguma razão.

Isso me deui saudade da Mariana Mara, da Mariana Ester, da Anna Karenina e da Roberta. Da Ana Maria eu já matei essa semana. Queira protagonizar outra história como aquela "Picante ao extremo"...

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A eles Glória e louvor

Bom, como prometi em meu último post, vou explicar de onde eu tirei tanta asneira para escrever um microconto(sco) sobre duas pessoas nada a ver. Mas antes vou imitar o Lalinho e o Thlls e falar do meu fds a quem possa interessar.
Acho que aprendi a dormir muito bem. Tanto sexta quanto sábado, não tive escrúpulos pra me jogar num sofá ou no chão e adormecer tranquilamente (dizem até que eu ronquei, enfim) quando as forças ocultas do outro mundo de Freud me chamavam. Na sexta, a gente andou tanto pelo Centro/Savassi/Lourdes/Sei lá o quê de BH que eu fiquei mega cansado e aportei no sofá/divã do Thlls quando nós resolvemos visitá-lo ao fim das andanças.
Sábado, a gente resolveu assistir um filme e foi muito massa. Primeiro, porque realmente fazia um bom tempo que eu não ia ao cinema, já estava até me esquecendo do que é assistir uma sequência de imagens numa tela grande. O filme chamava "Gente grande" e conseguiu juntar cinco dos melhores comediantes do cinema americano (eu disse cinco, mas gostaria de deixar claro que o "quinto elemento" mais cômico para mim era aquele cara vesgo que sempre fala de Jethro Tull nos filmes que ele faz [aliás, só agora que eu me dei conta de que nesse filme ele não fez nenhuma referência à banda...] e não o cara principal que parecia com o Téia). A história conseguiu muito bem me fazer lembrar dos meus amigos e, antes que você, leitor, pense nisso, lógico e evidente que eu fiquei nos imaginando naquela situação daqui a umas duas ou três décadas (ainda mais por causa do cara que parecia o Téia e ao futuro alternativo que o Lalinho propôs pra ele no Universo Praçarelo).
À noite, fomos abordados por uma turma de evangélicos carismáticos (a comparação se deve aos católicos carismáticos, que são uma "vibe" católica que gosta de se unir e cantar louvores bem eufóricos a Jesus Cristo e seus asseclas), que passavam a noite cantando louvores ao Senhor em pleno coreto da Praça da Liberdade às 23/00 horas da noite. Fizemos tantas piadinhas, dizendo que os meninos (todos DeMolays, menos eu né?) virariam cinzas caso se juntassem à euforia deles (que, diga-se de passagem, estava até massa/tinha uma bateria acústica O_õ) que na hora que eles fizeram um círculo em volta de mim e do Téia e começaram a pronunciar mantras enfóricos que você só ouve em templos evangélicos, eu fiquei pensando seriamente que aconteceria algo com o Téia (ou que ele fosse fazer algo só de zoera).
Domingo fui ao release da coleção Heartgold & Soulsilver Undauted de Pokémon TCG. Fiquei satisfeito por ser meu quarto torneio e o terceiro em que fico a uma partida da premiação. Pra mim que jogo a muito menos tempo, é um resultado bastante satisfatório (espero ganhar pelo menos um terceiro lugar em algum torneio até o fim do ano). É impressionante como isso me diverte momentaneamente, apesar do remorso que me dá depois de gastar horas com isso...
E não há nada melhor do que terminar um domingo visitando a irmã (sim, aquela mesmo, Gabriel [inclusive, foi por isso que não fui à sua casa]). Morar na mesma cidade que a sua irmã compensa muito se ela souber cozinhar muito bem. Embora, se fossem outros tempos (e Cronos tivesse acelerado alguns acontecimentos), acho que estaria finalizando esse post de uma maneira diferente.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Veja o "ludo" no topo do míope

III

Quando viu a porta se abrindo dezenas de coisas passaram pela sua cabeça. Será que tinha chamado atenção demais? Será que ao menos havia tocado a campainha antes de tentar abrir a porta? Fora tão afoito a ponto de se esquecer de uma premissa básica dessas? Aliás, por que ele havia desistido do encontro, se havia alguém o esperando naquela casa? Voltou a si, lembrou-se de onde queria chegar.
- Paulo, há quanto tempo você está aí? - perguntou a moça da janela.
- Acabei de chegar - mentiu o rapaz.
- Pois é, e está atrasado né, bonitinho?
- É que... bem... você sabe... sou muito ocupado - na verdade, nem era, mas fora a primeira desculpa esfarrapada que apareceu na sua mente naquela hora.
Marina, que sabia muito bem que ele não era um rapaz muito pontual, deu uma de que aceitara as desculpas com um simples gesto de cabeça. Decidiu esquecer também que o havia visto chegar pela janela, pois também nem sabia se era ele mesmo que havia chegado naquele momento, devia pensar tanto quanto ele, ou um pouco mais, quando viu o homem pela janela. Também não quis admitir que esperou que ele tocasse a campainha para sair correndo feliz quando ele o fizesse, nem que pensou ter escutado o som dele junto à porta, afinal, não tinha plena certeza de que era ele quem ela viu enquanto se afundava em pensamentos "nada a ver" como ela mesma dizia. tentando fugir do país que vivia buscando o seu "qualquer outro lugar". Achou muito estranho ter encontrado ele justo na hora que decidiu abrir a porta devido à sua demora, mas preferiu pensar que foi a ligação que os dois tinham que a levou até a porta justo no momento em que ele chegava.
Ela gostava dele como se o tivesse conhecido no pré-primário. E, no entanto, haviam se conhecido a pouco tempo. "Esse negócio de gostar é relativo. Eu posso conhecer uma pessoa desde o primário e ao contrário de gostar dela, odiá-la desde o primário também", respondia quando alguém fazia uma comparação desse tipo. Era imediata, gostava de resolver as coisas e exprimir seus pensamentos na hora, embora pensasse muitas vezes antes de emití-los e imaginasse dezenas de possíveis resultados sobre as coisas que falava.
Paulo, do contrário, era mediato. Dependia muito das outras pessoas para exprimir uma opinião e, em muitas das vezes, acabava concordando sem pensar com um "É verdade..." para depois pensar melhor sobre a questão. Naquela noite, havia combinado de sair com Marina, mas no meio do caminho, veio pensando dezenas de coisas até se esquecer do que viera fazer ali na casa dela aquela noite. Lembrou-se somente quando ela abriu a porta para impedí-lo de ir embora, por mais que não tenha sido essa a sua motivação para abrir a porta (no que ele preferia pensar).
- Então? Vamos? - perguntou-lhe o rapaz oferecendo os braços à jovem.
- Vamos - respondeu Marina num sorriso.
E os dois saíram caminhando pela rua à procura de uma diversão que somente os dois poderiam ter juntos. Como num reflexo, Paulo olhou o outro lado da rua. O rosto em palavras não estava lá mais. Aliás, ele estava antes? Percebeu que tudo aquilo era apenas uma invenção de sua mente mirabolante. Na verdade, não havia ninguém ali. Ao contrário de Marina, que realmente o vira chegar pela janela.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Não esqueça de rabiscar no verso

Ir para Formiga tem se tornado um hábito legal na minha rotina de vida. Antes de me mudar para Belo Horizonte, sempre imaginei que jamais teria vontade de voltar pra a minha cidade natal depois que eu "escapasse" dela definitivamente, mas depois que isso aconteceu, pude perceber que estava completamente enganado. A gente sempre mantém vínculos com a cidade onde nascemos e crescemos e, como diria o Iruka-sensei, essa linha que nos liga vai ficando cada vez mais forte e grossa (ui!) com o passar do tempo.
Foi isso que me levou a ir para Formiga mais uma vez neste fim de semana. E desta vez, na companhia especial da minha eterna superior, a quem eu aprendi chamar por um carinhoso apelido que não vou revelar para os leitores deste blog. Porém, devo revelar que me senti maravilhado com a doce relação de carinho existente entre ela e seu esposo. Fico imaginando se eu, aos 60 anos, vou pegar a estrada com minha esposa e ficar brigando docemente com ela na mesma "gentileza" daquele senhor.
Apesar da Marina não acreditar que a Avenida Brasil seria um local seguro para eu pegar um ônibus até o Centro de Formiga ("Aqui não passa ninguém!" - disse ela, ao que eu respondi mentalmente: "Claro, aqui é Formiga."), lá eu fiquei e fui direto à Skirk Land para deixar a box de Pokémon que eu havia trazido naquela sexta-feira. As músicas no violão do Lincoln aquela noite só aumentaram a minha vontade de escutar Superguidis e Moptop e eu pude perceber que algumas coisas realmente vão e vêm, deixando uma doce saudade no coração.
Uma dessas vindas me apareceu no sábado e, infelizmente, eu não pude lhe dedicar a atenção que merecia. Não esperava que fosse tão complicado manter controle sobre um bando de moleques com seus baralhos colecionáveis se divertindo. Abriu-me um sorriso no rosto ver aqueles rapazes se divertindo saudavelmente numa tarde de sábado e quando alguns deles me pediram para organizar um torneio relâmpago de duplas, não pude recusar. Isso me fez atrasar ainda mais o encontro que havia marcado para aquela noite (espero que sinceramente a leitora anônima agora identificada não tenha ficado brava com isso) e, justamente por isso, não pude comparecer a mais uma reunião do Rotaract (que, pelo visto, está se saindo muito bem nas mãos da minha sucessora).
Naquela noite, aventuramo-nos pelos domínios desconhecidos do Rosa Mística, à procura da casa de sua amiga Thaís. Confesso que fiquei assustado com a falta de planejamento prévio daquela moça, mas no fundo achei muito legal a ideia de ir parar lá ao esmo como ela pretendia fazer (meu medo era somente a falta de habilidade dela com a geografia, mas tudo bem). Constragemos a irmã dela com... bem, isso não interessa. O interessante foi a conversa com a Marina (não a mesma do início do post) que justificou o título deste post (uma ideia que nos fez disparar numa risada interminável que fez o resto povo fazer uma cara tipo assim: O_õ). Espero revê-la qualquer dia desses.
E por falar em ver, somente depois que o fim de semana acabou, eu percebi que desta vez eu nem conversei com o meu amigo Lalinho. Acredito que isso só aconteceu porque ele estava se dedicando ao novo projeto de pós, enquanto eu me dedicava aos novos projetos que têm vindo em minha direção nesses tempos. Que isso não se repita no próximo fim de semana que eu for para Formiga, afinal preciso lhe perguntar sobre o post emocionado que ele fez em referência a Santa Luzia. Talvez eu faça um sobre São Valentim ou São Bernardino de Siena qualquer dia desses.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

I may say the same about you (Happy birthday to me)

Hoje entro na potência 2.3. Hoje completo 23 anos. Hoje entram os 23 anos.
Tudo bem, quem bem me conhece já sabe que hoje é o meu aniversário, então eu não preciso começar o post com uma frase tão óbvia e cheia de duplo sentido (até porque eu estou aprendendo a não falar esse tipo de frases ambíguas para evitar de dar asas ao pensamento de uma certa leitora que lê e nunca comenta mesmo eu sempre comentando os post ocasionais dela, né?). Bem, o que dizer deste aniversário solitário aqui na capital dos mineiros? Que mesmo estando longe de tudo e de todos, ninguém permitiu que eu o passasse sozinho, triste e depressivo e eu só tenho a agradecer por isso. Vou contar o que aconteceu comigo hoje na estrutura de tópicos, ok?

*Meu primeiro parabéns do dia justifica o título deste post e veio por e-mail, de uma forma tão inusitada que merece um parágrafo especial depois.
*Descobri que além dos 90 scraps de aniversário que recebi ainda foram mais algumas mensagens, o que diferencia um pouco as pessoas que me parabenizaram. Respondi somente aos scraps, lógico.
*Preocupei-me em responder a todos no Twitter, então, acho que ninguém ficou de fora. Se ficou, desculpe-me.
*Ganhei dois bombons da pessoa que aparenta ser a mais rabugenta da Escola de Música. Isso foi muito massa, porque há tempos eu já havia percebido que o jeito rabugento dela ser é somente o que dá características à personalidade dela. No fundo no fundo, ela é uma pessoa muito amável e eu acho ela muito massa.
*Minha irmã veio almoçar comigo hoje. Ganhei uma barra de chocolates. Pena que não tenho muitas pessoas pra dividir isso aqui em BH (não, eu não vou levar pra Formiga pra dividir com o povo da Praça porque ela pode derreter durante a viagem, talvez guarde um pedaço para alguém especial e só isso).
*Minha irmã também me deu uma imagem do Sagrado Coração de Jesus. Vai ficar legal na minha mesinha, eu já tava pensando até em comprar uma mesmo (não, eu não sou assim tão religioso, mas acho o Sagrado Coração de Jesus massa porque é impressionante a maneira como ele me "aparece" quando acontece algo ruim).

Melhores mensagens de parabéns, compiladas pela ordem de chegada.
Marcelo Rodarte:
Broto, que nesta data especial voce continue sendo essa pessoa tao especial, iluminada, brohter e demais adjetivos incessantes, que tu eh.
Muito HP, paz e sucesso pra ti, pois o resto agente consegue fazendo griding (upando).
E se faltar o HP, a gente usa uma Life Herb, kkkkk.
Cida Leal:
Para @arialisson q eu amo, dedico a primeira frase do romance q estou escrevendo - Rugello - "Arranquei mais um dia na folhinha da parede. Não sei mais qtos anos tenho. Perdi as contas de qtos invernos vi chegar e partir."Desejo a você todas as palavras do mundo. Que elas estejam em seu teclado todos os dias, permitindo-lhe escrever uma bela história.
É uma honra ser "amado" pela Cida Leal. Seu lirismo me emocionou bastantim. T-T

Hoje quem está estreiando idade nova na city é o amabilissimo e elegante @arialisson A cidade inteira o parabeniza #François_Fellings
Prometo te "doar" a coluna social do jornal que vou abrir daqui a 40 anos.
Andrei (cadê ele?):
Prazer 8D -q Felicidades [piada interna da Skirk Land]
Né?

E a melhor mensagem de parabéns, como eu já disse, merece um parágrafo especial. Ler e-mails da minha caixa pessoal se tornou uma rotina no trabalho, visto que eu consegui eliminar aqueles spans e correntes supérfluas do meu e-mail do Yahoo. Logo que chego ao trabalho pela manhã, acesso a minha caixa de e-mails e encontro 2 de uns 3 ou 4 spans de sites dos quais eu participo desejando um "feliz aniversário", mas um nome não muito comum estava lá. Lógico que o abri primeiro para ver do que se tratava e eis que encontro dois anexos com extensão JPEG, os quais pensei se tratar daqueles clássicos cartões de aniversário prontos que se encontra na internet. Ao baixar os anexos, tive a grande supresa de encontrar uma carta de próprio punho, escrita naquelas folhas de "caderno de menininha", devidamente scaneadas em ótima resolução. Não tenho nem o que comentar, apenas dizer para esta leitora anônima que lê e nunca comenta mesmo eu sempre comentando os post ocasionais do blog dela, que se a intenção dela foi me agradar, ela superou, e muito, essa meta. Podes ter certeza, leitora anônima, que se este "anjo" ainda não caiu, depois deste fato ele terá de se levantar. XD

***

Edit 18/05/2016
Será que a leitora anônima que lê e nunca comenta ainda lê minhas postagens? Não consigo explicar isso, mas recentemente me deu uma súbita vontade de continuar comentando os posts ocasionais do blog dela...

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Wondefull

Por mais que o tempo esteja passando lento como o cair de areias de uma ampulheta, esse fim de semana foi tão rápido quanto o disparar de uma flecha. Quando surgiu o assunto sobre o Futiract em Pains, pensei seriamente em não ir, mas de certa forma, eu sabia que algo maior me faria ir até lá e curtir com os meus amigos as benéfices que a festa poderia nos oferecer. O estopim para isso foi a Mariazinha, que eu adotei carinhosamente como a minha "segunda mãe na Cidade das Areias Brancas". Se não fosse ela, provavelmente eu teria ficado em Formiga e sabe-se lá o que eu iria fazer para matar o tempo, antes que ele me matasse.
Enfim, parti para a casa da Paty logo cedo para esperar a Little Blood Mary e a Dona... (cara, juro que tentei lembrar o nome da mãe da Paty, mas é uma coisa tão incomum que eu confesso que não entra na minha cabeça de jeito nenhum) me pegou numa conversa interminável sobre crochê, bordado e todo tipo de artesanato feminino produzido nesses cantos das Minas Gerais. É realmente impressionante o tanto que a Mariazinha se transforma em frente a um volante. Parece a personificação do Pateta num hilário desenho em que ele entra no carro e se transforma completamente de um cara pacífico a um rapaz completamente malvado e fugaz. E é nesse momento que ela gosta de afogar suas mágoas (o Danilo bem conhece, né?). Dessa vez, ela nos contou sobre como o pai dela a ajudou a fugir de casa e ir parar num convento, para que depois ela conhecesse a cidade ao som de Elvis Presley (?).
Paramos na vó do Marcelo (que tem complexo de ser chamada de "vó") e depois fomos procurar a tal quadra onde aconteceria a partida histórica entre RCTFormiga e RCTPains. Encontramos a casa do [RCT]Gustavo para, só depois, descobrirmos que o local do jogo era no lugar mais distante de Pains (#fail). Resolvemos ir à pé e no meio do caminho encontramos alguns rapazes perfazendo o mesmo percurso. Foi aí que eu, com a minha falta de vergonha adquirida partir de um pouco insanidade, gritei: "Oh Rotaract!". Não deu outra, aqueles três rapazes que andavam solitários eram mesmo rotaractianos. Eles se encarregaram de nos levar até o local da festa partida e no meio do caminho apareceu um rotactiano motorizado para nos dar carona. Como não cabíamos no carro, eles se encarregaram de levar a mulher que nos acompanhava e para que ela não fosse sozinha com pessoas desconhecidas como eu não sou idiota, peguei carona também alegando que precisava acompanhar a Paty.
Chegando lá, aumentei meu nível de xp com o povo do IC. Eles realmente são muito massa e me fazem querer ter uns cinco anos a menos pra andar com eles sem sentir depressão. E então tivemos a partida. Dizem que eu fui um bom goleiro, mas sei lá! Eu só fiz o que eu sei fazer, nem sou tão foda assim. Curtir o início da festa pra mim já foi suficiente. Queria até ter ficado mais para dançar mais tectonik, mas algo em Formiga me esperava... e eu nem sabia.
Na volta, consegui convencer a Mariazinha a nos levar pro Magueirão no domingo (na verdade, a minha intenção era que ela me levasse a Furnastur para que eu visitasse e conhecesse a casa da minha chefe, a Marina, mas isso é algo que pode esperar um pouco mais) e ela acabou nos levando ao ABC para fazer compras. Enquanto ela e a Patrícia procuravam ingredientes para fazer um macarrão supimpa, eu, Léo e Marcelo ficamos conversando coisas que a gente sempre começa, nunca termina e nem convém falar. Pretendia terminar a noite na casa da Mariazinha, mas Dona sei lá o que (desculpa, Paty) não nos permitiu. E assim voltei para casa pra passar o resto da noite sozinho... Sozinho uma ova! Fui pra Praça na hora que comecei com esses pensamentos depressive boys.
Por ironia do destino (ou não), o único que lá estava era o Glória. Ficamos conversando um bom tempo sobre coisas completamente banais, mas peculiares e eu pude perceber o quanto Deus realmente é uma coisa muito foda e inexplicável. Mesmo sem eu ter lhe respondido aquele scrap de segunda-feira passada, nem aquela mensagem enviada naquele mesmo dia bem cedo, ela apareceu. Foi interessante passear abraçados na beira do rio pra tentar conter o frio que ela sentia. Foi maravilhoso encontrá-la na Igreja Matriz no dia seguinte para assistirmos uma missa na qual o Pedro que mora logo ali era coroinha. Foi uma pena não poder levá-la para o Mangueirão conoscoara compartilhar aquele churrasco/macarrão supremo da Mariazinha, mas foi bom tê-la encontrado à noite e perder o espetáculo de Mordor no Cristo só para podermos ficar juntos. Foi tenso ter de ficar na Skirk Land segunda, levar uma meninada pra casa do Dança e não poder ficar pra tomar cerveja e jogar poker (sim, por mais que eu diga o contrário, eu queria sim participar dessa vibe). Mas terminar o fim de semana ao seu lado, uma semana antes de eu me tornar 5 anos mais velho que você, me fez muito bem.
Agora, escutando os álbuns do Vinicius de Morais que o Gabriel me passou na semana passada, penso que você bem que podia me aparecer nesses mesmos lugares que me fazem feliz mesmo sem a tua presença, para que eu possa curtir essa doce boemia sem razão de ser e compartilhar mais do que 40% dos escritos do Lalinho, do Dança e do Téia. E sem ter a vontade de me perguntar quando chegar a noite: "Onde anda você?".

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Eu sei

Vou comentar coisas cotidianas que muitos leitores desejam saber, ou que muitos vão ler só porque o meu último post era viajado e este não é, logo eu tenho muito a falar. Pois bem, não vou seguir a formatação do Thlls ou do Lalinho, mas sim a minha própria, que é o texto corrido, maçante e chato de ser lido. Dane-se.
Semana passada fui visitar o Fill. Mais triste do que ver a cara dele, a fisionomia magra ou a singela e solitária lágrima que ele derramou quando me viu, foi ver a cara da mãe dele, após o período de visitas. Todos os dias penso no que acontece dentro da cabeça desta mulher. Ela deve se lembrar de todas as surras e todas as restrições que ela impôs durante a vida daquele garoto e que o fizeram ter vontade de experimentar um mundo que não era o dela, ou o que ela queria que tivesse. Talvez ela pense que poderia ter evitado, não sei, mas é uma fisionomia completamente inversa à do filho mais novo, que, no auge da sua "narutisse", se diverte chupando um simples picolé no colo do pai, sentado na porta do hospital...
Faltam 9 doadores para repor o estoque de sangue que o Fill precisou no hospital e eu sinto muito, mas não vou doar o meu sangue somente porque o meu sobrinho precisou/precisa. Já fiz isto esse ano, não gostei da experiência, confesso, e não estou afim de repetir nessa situação definitivamente. E pra quem pensar que eu não tenho coração ao dizer isso, eu falo: eu tenho coração sim, porra! É muito ruim sentar numa cadeira de doação, pensar que você só está fazendo aquilo pelo seu sobrinho e lembrar da penosa situação em que ele se encontra no hospital.
"Ah, Tchô, você está sendo pessimista, para", qualquer um que lesse isso aqui, pensaria isso, menos o Matheus Lagoa. Jamais vou esquecer dele comentando que às vezes é melhor a gente ser pessimista e ficar surpreso com o bom resultado do que esperar pelo bom resultado e ficar surpreso pelo mal resultado. Isso é viver de ilusão e ilusões eu deixo apenas para assuntos do coração, porque, nesse caso, é algo que faz, de certa forma, bem mesmo quando dá errado. É, é bem difícil explicar mesmo, eu sei.
Nessas horas, me dá uma enorme saudade da minha irmã Adriana e das vezes que eu chegava do trabalho e deitava nosofazinho xadrez que ficava no quarto dela pra contar as maravilhas/merdas que haviam acontecido naquele dia e etc. Nessa hora me dá uma vontade súbita de pegar um táxi, parar no aeroporto e pedir uma passagem que me leve, nesses termos, "para junto da Adriana", mas o´que me resta é simplesmente comprar uma passagem rodoviária para Formiga e viajar até a casa da minha mãe, onde agora, também o meu pai me espera nos fins de semana. É uma realidade bastante diferente, confesso, me faz me sentir mal de alguma forma, mas isso já é assunto pra outro post, porque nesse caso, é uma coisa que eu não sei.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Ampulheta

O tempo vem correndo desta forma, lentamente passando pelo orifício de nossos olhos. Eu gostaria que ele continuasse correndo assim dessa maneira, sem pressa. Sem que eu possa notar nada, nem mesmo a liberdade que tanto busquei incessantemente. Você pode criar, destruir ou fazer correções e estará tudo terminado, é só ter paciência. Isso já basta.
Ontem fui acusado de ser um "homem impaciente". Discordo. Não, concordo. Confesso que não tenho "saco" (com perdão da expressão de baixo calão) para muitas coisas, mas é que o tempo me ensinou a ser prático. Faço o que me deixa bem e acabo com as coisas no momento em que elas passam a me fazer mal. Por enquanto, posso dizer que meus projetos pessoais estão indo muito bem e isso me deixa muito feliz.
O mais feliz disso tudo não é simplesmente ganhar dinheiro ou ver as cifras na minha conta bancária aumentarem, e sim ver os sorrisos abertos no rosto das pessoas que passaram a existir graças ao seu "ímpeto", "iniciativa" ou "vínculo com a vida". Esse é um poder mais forte que o de qualquer pokémon, que, diferente de causar dano ou recuperar vidas, gera uma ligação que faz bem ao corpo e à alma.
Semanas atrás, minha superior disse que o marido dela comprara um barco para passear no Lago de Furnas dizendo que seria "o último desejo" dele. Tudo isso aos 60 e poucos anos. Agora, ele gostou tanto do barco que já quer uma embarcação melhor. As coisas são assim, sabemos desde o início que nossos desejos são sempre sem fim. O verdadeiro amor pelas coisas não está à venda e por mais que ele seja difícil de encontrar, todos nós sabemos que ele está no nosso coração.
Sei que milagres não acontecem, mas as respostas surgem sempre de uma ampulheta. E é bem mais belo observar a areia escorrer lentamente de um orifício a outro do que prender os olhos no ponteiro que gira cautelosamente no relógio. Sempre fiquei admirado com aquele joguinho da Grow que eu nem me lembro o nome (acho que era o Imagem e Ação mesmo) que tinha uma ampulheta que registrava cronometricamente 30 segundos. A gente duvidava mais de uma vez, mas todas as vezes que a gente tentava medir o tempo daquela singela ampulheta azul, o cronômetro não falhava: 30 segundos exatos.
É essa precisão que eu procuro. E vou esperar, seja os 30 segundos da ampulheta ou os 60 anos daquele senhor. Vou esperar até que a outra parte do meu paraíso inventado se complete. Posso, criar ou destruir na hora que convier, basta manter o fôlego e a calma. Se isso não é ter paciência, (viu Mariwonde?) então eu não sei o que é.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Spiral Arco-Íris


É impressionante como uma coisinha tão boba pode alegrar um ambiente e trazer tanta tranquilidade para a alma. Ela enfeita maravilhosamente o meu lar e eu nem paguei baratinho no mercado por ela, ganhei de uma pessoa muito especial. Sequer pensei em colocar no quarto ao lado, tampouco em frente a janela para deixar a vizinhança mais bela. Podia pendurá-lo no meio da rua, mas sei lá, isso é uma coisa tão minha e sua.
Todos os dias penso que não era preciso se incomodar com um presente desses pra me agradar, mas ficou bonito, ficou bem legal e assim ele levanta o meu astral. Achei uma beleza este trabalho artesanal, não é de camelo e não me deixa mal. Olho para ele e lembro tudo isso, aí esqueço do tempo e dos meus compromissos.
Às vezes paro pra pensar dezenas de filosofias sobre o negócio, tipo, que cada papel colorido representa um fato da nossa vida aih da forma que o negócio foi feito, um papel sustenta o outro da mesma forma que um fato dá sequência em outro na nossa vida. Mas aí eu paro e penso: cara, ISSO É SÓ UM MONTE DE PEDAÇO DE PAPEL COLORIDO! E é mesmo, mas sei lá, pra mim isso representa tanto e eu gostei tanto de ter ganhado isso, que me deu vontade de compartilhar com os leitores do meu blog. Tá, eu sei que isso não vai mudar o fato de que o negócio É SÓ UM MONTE DE PEDAÇO DE PAPEL COLORIDO, mas ele alegrou ainda mais a minha vida num momento que eu estava precisando de verdade. Obrigado, Paty-chan!

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Momento "Vou imitar o blog do Thlls"

Rota escura, todo mundo quer uma
Rota escura, todo mundo precisa de uma
Oh meu Deus, Oh meu Deus, Oh meu Deus, Oh meu Deus
Oh meu Deus, Oh seu Deus, Oh Deus dele, Oh Deus dela
É o Deus de todo mundo, é o Deus de todo mundo, é o Deus de todo mundo, é o Deus de todo mundo
Os mundos se chocam, mas o que todos nós queremos é uma rota escura
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Momento "Vou imitar o (inativo) blog do Fuca"

Coloquei uma carta numa velha garrafa. E daí?
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E pra quem pensar que eu escrevi esse post com coisas da minha cabeça, escute a música Spiral Arco-íris do Superguidis que você vai descobrir de onde eu tirei inspiração pra escrever essa porcaria.

domingo, 8 de agosto de 2010

Geração interpolada das artes marciais

II

À frente da porta de madeira escura, hesitou. Queria entrar, mas tinha medo. Chegou a se apegar à maçaneta, mas teve medo de girá-la por questões de segurança. Cansou-se de ver o amor e seguí-lo na velocidade da luz. Sim, o truque é ir com calma.
Do outro lado da rua não conseguia ler a expressão naquele rosto mesmo que ele estivesse em palavras. Por mais que seu coração ainda estivesse espalhado por aí, preferia continuar a juntar os pedaços daquele joia rara que havia descoberto. Nunca antes a rua lhe parecera tão grande. Precisava ele ter atravessado a rua para perceber que não conseguiria esquecer as palavras cravadas naquele rosto? Jamais esquecera quem ela foi naquele dia retorcido. Só queria que ela também se lembrasse.
Todos os dias ele anseia pela manhã sem sons à frente dela, para que ela possa ouvir as declarações dele. No entanto, o rapaz já não tinha mais palavras para expressar aquele sentimento. Restava-lhe expressá-lo em pequenas ações e aguardar até o dia em que ela percebesse isso. "Com certeza, um dia..." pensava.
Num sussurro ela disse que eles não poderiam continuar assim, mas havia alguma coisa sobre os dois, ele tinha certeza e não queria desperdiçar aquilo. Queria poder lhe dizer que não desistiria assim tão fácil, mas tinha medo da sua reação. Ela não chorava fácil e ele entendia o porquê. Mas naqueles dias ela chorou e ele estava lá. Se ele pudesse contar que gostava dela, o que a jovem faria? Seria muito egoísmo não aceitar a derrota.
E então, quando ele correu para o rosto em palavras, a porta do outro lado da rua se abriu...

domingo, 1 de agosto de 2010

Ah, ah, ah, não pode parar! E, e, e, quero te ver sorrir.

Antes de escrever esse post, pensei que muita gente ia me achar paia depois dele, mas depois de ler na blogosfera os resultados do último fim de semana, concluí que não seria bem assim.
Este mês esgotei minha cota de viagens, é. Faz mais de um mês, eu não fico um fim de semana sequer em Belo Horizonte. Formiga, Divinópolis, Formiga, mais uma vez Formiga para Divinópolis na sequência e São Paulo logo em seguida, Formiga novamente e por fim Formiga. Este foi o meu roteiro de viagem no mês que se encerrou. O número de "Formigas" neste roteiro de viagem pode ser justificado pelo fato de eu me preocupar, principalmente, em visitar a minha família, mas não é. Aliás, a última coisa com o que eu tenho me preocupado ultimamente é a minha família. Toda vez que chego em casa, parece que há um problema a mais e às vezes eu agradeço ao Senhor por ter me mudado pra Capital dos Mineiros num momento tão oportuno.
Este fim de semana, por exemplo, eu consolidei uma das "previsões" da minha mãe. Ela dizia: "O Ariálisson vem aqui em casa só pra dormir. Daqui a alguns dias, nem isso ele vem fazer mais." Ao dizer isso, acredito que ela estava pensando em outra coisa, mas nesse último sábado, realmente eu não dormi em casa. Como se não bastasse eu trocar o dia com meus familiares pelos diversos encontros temáticos com meus amigos, troquei uma boa noite de sono em casa por uma noite de jogos no Rotary. Foi legal e muito divertido, algumas pessoas até pediram um "bis" desse evento numa próxima oportunidade.
O interessante é pensar que eu não sou o único que age assim. Vejo que muitos dos meus amigos pensam da mesma forma e querem passar mais tempo com a galera do que com a própria família em casa. Na verdade, eles são a verdadeira justificativa de eu ter colocado tantas "Formigas" no meu roteiro de viagem este mês. Enquanto passei as semanas de férias aqui em Belo Horizonte, trabalhando em meio às moscas (que eram os maiores frequentadores da Escola de Música nesse período), fiquei pensando na minha vida e nas coisas que eu deixei na minha terra natal, que parece ter se tornado ainda mais agradável depois que eu fui embora de lá. Gostaria de trazer um pedacinho a mais disso tudo pra mim aqui...
Embora esteja muito feliz e os acontecimentos ruins que têm se sucedido não me impeçam de viver essa felicidade (tanto que alguns leitores nem imaginam o que seja, pois não costumo falar deles aqui), me pergunto se seria possível este sentimento se propagar naqueles a quem eu tanto amo. Deus, se eu transbordar em felicidade, seria possível essa felicidade derramar para afastar tanta tristeza? Quero continuar, pelo menos, irradiando as pessoas ao meu redor com o mais puro sentimento de alegria. Não demora muito, esse recipiente se quebra e a felicidade contida nele se esvai de uma vez só.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Post Semanal Relâmpago

Já virou tradição na segunda-feira eu contar como foi o fim de semana. E essa semana eu não poderia falar de outra coisa que não fosse o Anime Friends, mas como isso não é novidade pra nenhum dos meus "old school true smumas" vou colocar aqui para os "new college smumas" o link de um post que, infelizmente, não vou poder replicar e contar os detalhes que provavelmente foram esquecidos ou omitidos devido ao número de visualizações deste blog (quero saber de todos nesse fim de semana, hein?).
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Parte de mim gostaria de estar lá (e outra parte gostaria de estar na praça [OBS: Estou esperando ansiosamente que o Bruno Dancing aproveite seu período ocioso para reativar o blog dele e contar como foram os acontecimentos no outro local que eu gostaria de estar]), mas como não consigo fazer um kage bunshin no jutsu, deixa pra lá.
Então agora eu conto como foi o Anime Friends: atrasei o ônibus pra esperimentar o sanduba da Tia Ângela; infinitas paradas para lavar o vidro do ônibus na estrada; hotel massa; oito pavilhões com atrações diversas; cerca de 10 cosplays grupais, paguei pau mesmo pro de Ouran; agora tenho uma camisa do Asian Kung-Fu Generation (não, Léo, eu não comprei uma pra você, talvez quem sabe ano que vem); card gamers ricos (desculpe o semi-pleonasmo); Comix só tinha dois volumes dentre os que o Lalinho me pediu; sala Nana-Hachi me decepcionou, mas o Anderson é gente boa; Super Friends Spirits sem o Kageyama (milagre); show do Aural Vampire muito legal, Thlls iria pirar no Tecktonik comigo e Lalinho ia rir litros do DJ; noite paulistana estranha; Sata trancando todo mundo de fora de seus quartos e ele mesmo em um quarto sem maçaneta (cara, essa merece um post isolado depois); Pesadelo soltando veneno no quarto (bem no estilo MK Vera); Stormtrooper arrasando na Liberdade; Stormtrooper perde carteira; Stormtrooper recupera carteira com apenas R$100 a menos; Stormtrooper é convidado a participar de concurso cosplay e ganha uma placa de vídeo de 1 GB (quem disse que ele ainda lembrava ter perdido R$100 depois disso?); horas e horas conversando com o japonês da loja de Go, o que rendeu um bom desconto nos produtos que adquiri dele (um tabuleiro de Go para deixar na casa do Gabriel para ele me ganhar quando eu for visitá-lo e pedras originais coreanas); correria para voltar ao ônibus; Wetin acionando o modo Dom Ruan; DVD do Kamiya gerando altas discussões sobre animes que eu nunca (ou quase nunca) ouvi falar; luz apagada; sono.
Saldo final: ombros doendo pra caramba e olhos vermelhos de trocar o sono por uma discussão de animes modinha. Dude, não devo publicar as fotos do evento no Orkut hoje, preciso dormir (né, Gabriel?). Boa noite.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Você, a anarquia e o caos

I

Eu acho que às vezes eu penso mais do que o necessário, principalmente, quando estou no meu quarto e não consigo dormir. Imagino coisas que nunca estiveram ali ou que eu queria que estivesse. Construo sonhos, imagino histórias, vejo sorrisos e volto então à seriedade fria do horizonte.
O papel branco imaginário na tela desenha o seu rosto em palavras. A pele branca e macia como seda, cabelos negros como a mais sólida rocha, olhos castanho-claros como duas amêndoas doces, a sobracelha fina e cuidada, reflexo da feminilidade adquirida ao longo dos anos. Sua vaidade não está no batom vermelho e sim nos seus adereços. O cordão de ouro que sustenta a medalhinha e um pequeno brinco com uma pedra incolor e brilhante, às vezes folheado a ouro, mas nunca imitando a prata, detalhes para dar brilho ao rosto sem vida de outrora.
Carrega consigo um vasto e infinito oceano ao longo do continente de suas lágrimas, coisas que poderia ter evitado, ela imagina. Dera a muitos o direito de amá-la, hoje se preserva de oferecer o que já lhe tiraram. Impressiona a todos com seu jeito doce de ser e cativa profundamente a alma carente que a encontra. Essa explosão de sentimentos de outrora não passa de um pequeno suspiro daquilo que ela tenta esconder e todos que a olham sempre perguntam: "Quem ela vai amar?"Alguns andam pelas ruas estúpidas na esperança de encontrá-la. Outros ainda esperam que ela os encontre.
Do outro lado da rua, uma garota espera na janela. A pele morena e suave sob cabelos castanho claros e olhos negros como a mais bela pérola perdida no fundo do mar. Uma leve vaidade expressa em ações e não adereços. Pretende ajuntar em seu continente as lágrimas que puder derramar uma boa alma. Sua casa parece ter paredes mas não se pode ver o chão. Muros tortos parecem divisar um mundo erguido pelo empirismo de sua mente sem limites. A curiosidade me leva até a porta de madeira escura, mas por um momento hesito. Olho para trás e vejo o rosto em palavras.
Deus, se eu estiver transbordando em felicidade, seria possível essa felicidade derramar?

terça-feira, 13 de julho de 2010

Mujou wo shiru Sunday

A Escola de Música em pleno silêncio é algo que só é possível se ver nas férias. Férias! Palavra esta que se afastará do meu vocabulário por mais 10 ininterruptos meses, até que eu complete um delicioso ano no serviço público. Entretanto, é uma palavra que não viverá distante dos meus amigos que iniciaram o seu glorioso período de descanso neste fim de semana.
A chegada das férias não foi tão bombante quanto eu imaginei que seria, principalmente porque eu assumi um vício há algum tempo esquecido: o card game. Depois de inve$tir un$ bon$ trocado$ em cartas, parti para a Cidade das Areias Brancas para testar meus decks antes do desafio final que terei no Anime Friends (obs.: acho que nem vou jogar card game no Anime Friends porque tem tanta coisa que eu quero fazer lá e tanta gente pra acompanhar que eu nem sei se vou ter paciência coragem para desperdiçar as poucas horas que passarei no evento jogando Magic ou Pokémon). O interessante é que o número de jogadores aumenta cada vez mais. Até o nosso amigo Lalinho investiu uma grana em um deck para não se sentir excluído na Praça dos Duelos esperando a derrota de algum portador de DS.
Fiquei realmente encantado com o número de gente que apareceu por lá e um pouco frustrado, pois antes de vir para Belo Horizonte, a Praça era mais legal aos sábados, quando nos reuníamos e ficamos até altas horas conversando à toa ou nos ajuntávamos na casa de algum mkverano para fazer o mesmo sem compromisso, ao passo que os domingos só ficavam interessantes quando alguém decidia ir tomar sorvete ou fazer qualqur outra coisa na casa de alguém. Depois que me mudei para a capital dos mineiros, os domingos passaram a ficar repletos de diversão e hoje eu percebi com crueldade que é domingo (como diz o título do post, abstraído de uma canção do Asian Kung-Fu Generation) que a Praça tá mais legal, com gente nova, muita diversão nerd no nosso habitat natural e é duro ter de deixar uma partida eletrizante de Mariokart pra pegar um ônibus e vir embora.
Entretanto, o que mais me impressionou em tudo foi o fato de eu encontrar o Bruno BG no ônibus com sua namorada (não, o que me impressionou não foi o fato de ele estar namorando [tá, isso também] e sim o que ele disse). Ele avaliou que a praça estava legal, mas que ainda tinha "pouca gente se comparada à semana anterior". Deveria ter tirado uma foto para mostrar o tanto de gente que tinha lá (mas não ia adiantar porque eu não gosto de colocar fotos nos meus posts e provavelmente não o faria caso tivesse feito), se havia mais gente do que aquilo na semana anterior é sinal de que o card game deu um novo "boom" na Cidade das Areias Brancas. Só espero que isso não acabe no Rio Formiga.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Happy Basudei

Outros tempos se iniciam no coração cristalizado. O fim de semana não começou muito bem, (embora eu tivesse assistido o jogo num lugar muito legal) o Brasil havia perdido, e meu descanso tinha começado quatro horas antes do previsto. Resolvi aceitar o convite do senhor Lucas Barbosa (o nosso Muppy-senpai) para seu aniversário de 2** anos (sei que é sujera revelar a idade dele por isso ela foi censurada). Não fosse eu ter conhecido a generosidade de sua nee-chan no show do Skank, acredito que não teria coragem de visitá-lo, mas como a nee-chan acabou tornando-se uma amiga legal, resolvi aceitar o convite.
Como se não bastasse as horas que eu tive de esperar para que ele fosse liberado do serviço, ainda havia um problema daqueles que quando não acontecem dentro do MK Vera, você fica bastante surpreso. O Muppy tinha de comprar uma tartaruga... .... ... Tá, uma tartaruga? Por que diabos alguém compraria uma tartaruga?... .... ... Tudo bem.
Entramos no ônibus (e eu não vou falar do atraso dele) com um saquinho de plástico cheio de ar e um pouco de água no fundo, onde se encontrava um ser vivo. Fiquei imaginando duzentas maneiras pelas quais o transporte poderia sair furado (uma delas: O saquinho estoura, a água se esparrama pelo chão do ônibus e o animal se perde em meio aos 48 bancos dos passageiros). Chegando lá, fomos entregar a encomenda. Dirigimo-nos a uma lan house próxima da Rodoviária, onde encontrei o primeiro integrante da O.D.A. que conheci no fim de semana, o Soi(jirou), autor do chat do grupo. Depois de alguns minutos de papo, chegou o dono da tartaruga (e proprietário do estabelecimento, o que explica metade do motivo dele ter comprado o bichano), André-senpai. Ele nos levou à sua casa para colocarmos o bicho n'água (e livrá-lo daquela existência sufocante dentro de um saco plástico).
Depois de uns dez minutos no carro do senpai, pude compreeder (a outra metade de) o motivo pelo qual ele comprou o animal ao chegar em seu quarto: um singelo aquário com peixes alaranjados pairava sob uma estante com uns 54 gashapons dos mais diversos animes/games que já vi. Ao lado, o pc ligado a uma TV de plasma de 32 polegadas mostrava as cenas da lan house, monitorada por meio de câmeras de segurança.
Depois disso, ele nos levou até a casa do Muppy, onde conheci sua humilde mãe. Ela e a nee-san estavam deitadas no sofá sob cobertas (ainda assim, Divinópolis não owna Formiga no quesito frio). Depois de alguns minutos, chegou a Gabi junto de seu namorado Shiruder (essa parte também merece um bom parêntese: Shiruder é o nome real do rapaz em questão, não é um apelido pelo fato fato dele gostar de animes/mangás e afins e sim pelo fato de os pais dele gostarem muito do Snoopy, genética talvez, e querer dar a ele o nome de "Schroeder", personagem do desenho). Passamos a noite, eu, Muppy, Lorena (a nee-san), Gabi, Shiruder e André conversando despretensiosamente.
No dia seguinte, depois de vibrar com a derrota da Argentina, resolvemos ir à Joker's Store, a recém-aberta loja do nosso amigo Eliázaro-san. Chegando lá, uma outra surpresa: o senpai estava com pouca coisa no seus espaço de três míseros metros quadrados, ele estava de mudança para um lugar maior. Acabamos encontrando o Shiruder novamente e um outro membro da O.D.A., o Adaraki. Adaraki só sabia falar de Magic: The Gathering e enquanto tentava me mostrar suas criaturas "foda" (uns bicho tipo 2 de mana, 1/2, voar), eu quase o chamei de Capoeira ou Catraca.
Contudo, continuei admirando os souvenirs do senpai para decidir o que iria levar (Lalinho, achei outro broche que você deve gostar, levo ele no próximo fim de semana). Por sorte, ele estava com pouca coisa (apesar de ter muito mais do que no Anime Day) e eu acabei adquirindo alguns acessórios para a minha mochila (que cada vez mais vai tomando cara de mochila otaku).
Pouco depois, Eliázaro começou a juntar as coisas para levar para a nova loja, dois quarteirões acima da antiga. Como não estávamos fazendo nada, eu e o Muppy, na companhia do Adaraki, decidimos ajudar o senpai no transporte das coisas. Ao chegar no lugar da nova loja, me espantei com o enorme espaço. A lojinha de três metros quadrados digivoluiu para uma, no mínimo, três vezes maior. Fiquei feliz de ter visto o Eliázaro investindo em seu pequeno comércio, porque participei do início deste empreendimento. Quem conversava com um rapaz que produzia camisas otaku no fundo de quintal e estava empolgado em expor suas estampas no Anime Day, jamais imaginaria que isso seria apenas o início de um empreendimento que traria um sorriso ao rosto de uma pessoa que encontrou no que gosta, a fonte de sua subsistência.
Assim, nos despedimos e fomos para o aniversário do Muppy. Conheci o Stormtrooper do Anime Day, o "Tijolo" (mais um parêntese para explicar o apelido: ele só é chamado dessa maneira por ter comprado um produto no Mercado Livre uma vez e ter recebido um tijolo no lugar da mercadoria). Depois de ouvir as 734 ideias de invasão stormtrooper que ele tem vontade de fazer, chegou o JP, vulgo João Paulo. Depois vieram, a Gabi, o Shiruder, a Lorena e eu e a Gabi acabamos conversando sobre lingüística boa parte da noite (ela era professora de inglês por proficiência em um cursinho e estava fazendo o curso de Letras para poder exercer a profissão sem retaliações). Cantamos parabéns, comemos o bolo de abacaxi que a Lorena fez (e ai de quem dissesse que ficou ruim) e terminamos a noite ao som de Yui, Asian Kung-Fu Generation e Akeboshi.

terça-feira, 29 de junho de 2010

A marca de batom

Há exatamente uma semana, dei-me conta de algumas coisas que não tinha percebido até então. Primeiro: fazia bem já duas semanas que eu não voltava a Formiga. Segundo: fazia já uns bons dias que sequer conversava com a minha mãe. Terceiro: fazia uns bons dias que sequer eu entrava no MSN para trocar ideia com os meus amigos. Tendo em vista esses fatores, decidi arriscar o resto (que já não mais existia) do meu orçamento para ir à minha cidade natal matar a saudade de tudo e todos.
Bem já disse o poeta que "as aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá". Pois bem, as situações que aqui eu vivo não as vivo como lá. Como bem disse o Professor Wálisson Dias (nosso amado "Lalinho") em seu blog, há situações que só acontecem em um grupo de amigos ou em seriados de comédia. Meu sábado foi contemplado com uma dessas situações que deixam sua cara pálida, rosa, vermelha, azul... para só depois voltar ao normal. Eu já tinha ido à casa da Patrícia (desculpa por insistir em te chamar assim) outras vezes, mas nunca com uma turma tão volumosa como a daquele dia.
Confesso que a saudade que sentia dela era um pouco maior, mas não vou perder tempo explicando os motivos disso. Abracei-a como se não a visse há mais de um ano (e não fazia nem um mês, se não me engano) sem pensar nas consequências que isso poderia causar. Não pretendia entrar em sua casa, porque sempre tive a impressão de que ela fosse pequena (talvez pelo tamanho de seus habitantes) e não comportaria os cinco indivíduos que foram buscá-la para uma ação generosa na Pastoral da Criança. Entretanto, pela insistência do senhor Luís André e do Lalinho (quem eu acredito que estava querendo conhecer a Beatriz, irmã da Paty, sabe-se lá por que), adentrei sua residência com todo o cuidado para não supitar qualquer elemento de seu interior.
Encontramos a mãe da Paty  na cozinha (essa parte merece um bom parêntese, a mãe da Paty foi uma das maiores surpresas que eu tive quando fui lá pela primeira vez. Eu a imaginava como uma senhora enrugada e má como aquelas vilãs dos desenhos da Disney, devido às descrições que tinha dela, e ela na verdade exibia uma expressão tão serena e calma que não condiz com as descrições de personalidade que a Paty sempre me falou). Ela disse que ficava feliz de ver a filha dela andando com gente que a faz tão feliz e de repente parou os olhos sobre o meu braço esquerdo.
Lá estava uma mancha em vermelho vivo que a intrigou. Perspicaz, ela percebeu quase que imediatamente que se tratava de uma marca de batom. Mais perspicaz ainda, Patrícia irrompeu numa frase aguda que encheu toda a cozinha: "Ai! É o meu batom!"
Deveria eu rir? Deveria eu chorar? Deveria eu sair correndo para o banheiro e limpar aquilo antes que o assunto rendesse mais? Não. Já era tarde. Meu cérebro já não tinha mais capacidade para raciocinar uma solução. A única coisa que pensei foi em beber um copo de água para aliviar a tensão daquele momento e partir o quanto antes para a Pastoral com a desculpa de que já estávamos atrasados (o que não era mentira).
A marca de batom me fez pensar mil coisas e eu cheguei à Pastoral numa terrível tempestade cerebral. E por que motivos eu não notei aquela diferença antes de sofrer bullying (assim como não notei que ela cortou o cabelo antes do Carnaval daquele ano...)? Confesso que me esforçava para notar as diferenças no visual dela, mas hoje percebo os motivos de não ter notado tantos sinais sutis que apareciam naquela época. Contudo, aquela casa, apesar de ser engraçada, ter teto, chão, paredes e lugar para fazer pipi, o único bobo da rua em que ela fica era eu mesmo.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Escancarado

Quando há semanas atrás eu descobri que o Mineirão seria presenteado com um show do Skank para a gravação do próximo DVD da banda, passou-me pela cabeça que seria uma ótima oportunidade de me divertir com os meus amigos e a minha última chance de conhecer o gigante dos mineiros antes que ele seja fechado para as reformas da próxima Copa do Mundo. Decidi comprar os ingressos e depois revender entre os meus amigos que estivessem interessados na ideia.
Descobri, entretanto, que os ingressos não estavam sendo vendidos e sim trocados em ações de marketing, mantidas pelos patrocinadores do evento. A princípio isso era uma maravilha, pois com apenas dois quilos de alimento, por exemplo, você poderia assistir a um grande show de uma banda conceituada nacionalmente. Contudo, as maneiras mais fáceis de se conseguir o ingresso já haviam esgotado o seu fornecimento.
Quando a Arilda me disse numa bela noite de terça-feira que a Coca-Cola iria distribuir mais entradas na quarta, eu decidi me arriscar a buscar umas entradas. Assim, me dirigi numa ótima quarta-feira para o Carrefour Pampulha a fim de conseguir o máximo de entradas que eu pudesse retirar. Avisei minha superior que eu, provavelmente, voltaria às 15 horas porque tinha de ir pegar os ingressos (não consigo mentir, gente, é sério) e a distribuição começaria somente às 14 horas (e eu volto do meu almoço às 13). Ao som de um "pode ir tranquilo", fui todo alegre e serelepe (ui!) para o local.
Fui avisado de que poderia retirar 6 ingressos desde que eu comprasse R$90 em produtos Coca-Cola. Tudo bem. Mas que produtos eu compraria? Eu não tinha como armazenar muita coisa em casa, precisava levar tudo pra casa sozinho (falta um carro nessas horas) e não sabia o que os meus amigos gostariam de comprar. Tendo em vista tais fatores, decidi levar 6 fardos de latinha, pois era o produto menos perecível, mais fácil de consumir e transportar que lá havia. Para agradar gregos e troianos, comprei tudo em Coca-Cola mesmo porque as únicas pessoas que não tomam este xarope errado são pseudocults anticapitalismo, o que não era o caso das pessoas para quem eu poderia fornecer o ingresso (eu acho).
Coca-Colas no carrinho, me bateu a dúvida: como vou isso para casa? "Vou ter de morrer em um táxi", pensei. Nem raciocinei se haveria táxis na porta do Carrefour ou se eu teria de ligar para que algum fosse me buscar, a frase anterior já havia me tranquilizado. Aí bateu outra dúvida: 13h45 começou a crescer uma enorme fila no posto de troca, será que haveria entradas suficientes? Será que eu conseguiria as 6 que pretendia? E o sofrimento só aumentava, 14h15 e a distribuição não havia começado. Pronto! Eu estava num supermercado, cheio de coisas, com horário pra voltar e não tinha como levar nem podia voltar para o trabalho e perder a chance de ir ao show.
Aí eu olhei para trás e vi uma colega de trabalho duas posições depois de mim. Como tinha cortado o cabelo há poucos dias, ela demorou a me reconhecer. Depois, foi até legal, porque além de arrumar uma carona para a escola (que funcionou como transporte para as minhas compras), eu fiquei horas conversando com a bibliotecária Soraia sobre o lugar onde estou trabalhando.
E o resultado disso tudo é que eu fiquei com um tufo de refrigerante para beber lá em casa. Isso já fez nossa alegria em uma noite na Liberty Square e ainda restaram algumas unidades para novas oportunidades. Em retribuição ao anúncio dos ingressos, convidei minha irmã para o show. Espero que ela não tenha acabado com todas as unidades antes que eu chegue lá em casa.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Ao 'brotha' do meu S2

Cansasso, este foi o resultado do meu feriadão prolongado em Formiga. Poucos feriados foram tão divertidos quanto este que passou. Depois de ficar um mês experimentando novos ares e começando minha jornada solitária na capital dos mineiros, viajei para minha terra natal com um único propósito: me divertir. Como de prache, a recepção foi na Praça da Matriz, que já sofria os primeiros ventos do inverno. Para esquentar (e comemorar o inverno as bonanças dessa nova vida), brindamos com cerca de 15 litros de vinho. Considerações: Acho que nunca bebi tanto de uma só vez e foi muito pouco comparado ao que o povo fez.
Diverti-me bastante com partidas eletrizantes (bem ao estilo "Narrador da Sessão da Tarde") de Pokémon e Magic: The Gathering. Card Games para mim sempre foram uma distração que me faz esquecer os problemas da vida sem o uso de substâncias químicas. Porém, a maior sensação da Praça no fim de semana foi o MK Cards. Bastou o Ácaro Boy Marcelo fazer uma carta para me zoar gratuitamente que o negócio virou febre e despertou o veneno (há algum tempo apagado) mkverano. O assunto das noites frias do Pato Rocco da Praça eram os cards elaborados com o mais sublime do que já foi destilado no grupo.
O vento cada fe mais congelante nos fez procurar uma residência aconchegante para nos abrigar no sábado e, como somos muito gente boa e não nos desfazemos de ninguém, decidimos nos reunir na casa do Marcelo Doente Rodarte, integrante do grupo que fica imposiblitado de sair de casa devido aos problemas sexuais respiratórios que ele desenvolveu por ser um menino que passava o tempo todo em casa jogando video-game com baixa imunidade. Como ninguém havia levado filme algum para a gente assistir na TV widescream da Mariazinha, tivemos de nos contentar com o filme do Super Cine (que por sinal era até massa de tão ruim). Legal foi o Thlls, que acreditava não haver versão pior do Adrelina e pode constatar o contrário depois de ver a versão dublada e com cortes da Globo.
Provavelmente, volto a Formiga dia 26 desse mês. Até lá, peço aos meus amigos que arranjem uma residência para um programa de sábado à noite (porque Praça nesse frio é um perigo até para quem não tem Rodarte no nome).

segunda-feira, 31 de maio de 2010

As areias brancas

É muito bom voltar à cidade onde você passou anos da sua vida depois de ficar bons tempos fora. Você sempre vê que nada de mais aconteceu, o Rio Formiga ainda passa (embora esteja cada vez menor), o Cristo ainda está no lugar e a Praça da Matriz continua a mesma, exceto por este fim de semana, quando o Festival da Linguiça tomou o nosso habitat natural pela quinta vez.
Parece que a cada ano o festival fica melhor. E o mais legal de tudo é que agora, a Prefeitura usurpa o nosso "muro das lamentações", mas nos fornece um espaço para nos reunirmos da mesma maneira que fazemos todas as noites e, o que é melhor, ainda fornece um equipamento de som para nós mostrarmos nosso talento musical. O Espaço Jovem, coordenado pelos membros da Ordem DeMolay ("), Filhas de Jó (.:.), Interact (IC), (RCT) e EJC (Encontro de Jovens com Cristo) ownou com a programação cultural escassa alternativa do lugar. Tinha som para agradar a todos, desde os otakus (com a minha banda \o/) ao pessoal "normal" que adora MPB do EJC.
Pude conhecer um monte de gente que nunca tinha visto, como as .:. (até então eu só conhecia a Lorena e a @gabicarantes), o Banana, rapaz muito gente boa e "very cool", e as mulheres bonitas do EJC, os novos integrantes (cada vez mais surgidos "do nada") do IC e os futuros (espero) novos integrantes do RCT. Também pude (finalmente) aprender o nome do rapaz que tanto me chamou a atenção no primeiro Anime Day (cujo o qual eu nem vi na segunda, embora saiba que ele estava lá com toda a certeza). Foi muito massa! E pensar que na primeira edição do festival a gente se reunia sentados naqueles bancos importados da Alemanha (que têm uma engenharia muito nada a ver [sempre quis falar isso]) xingando pelo fato de haver um monte de vovôs comendo variados pratos de linguiça ao som de uma seresta mais anos 70 no lugar onde a gente se divertia ao som de rock'n'roll...
E por falar em rock, o show da Tríade foi "triafudê" (^^). Inclusive, a camisa ficou muito boa mesmo (devo adquirir a minha nesse fim de semana). Que bom que o Thiago Maia animou voltar a tocar, espero que ele continue. Adorei as músicas novas e a nova roupagem, mas a melhor música na minha opinião foi o cover de "Use somebody" do Kings of Leon. Somente quem sabe as condições sob o qual o show foi realizado, pode dizer o quanto foi emocionante.
Por fim, agradeço muito à Patrícia por ter transportado nossos instrumentos para o show. Percebi que ela não estava muito animada para sair de casa (tanto que nem o fez nesse fim de semana). Não descobri o motivo de tal desânimo (mesmo depois de conversarmos cerca de duas horas no carro [do pai] dela), mas agradeço pela disposição de nos auxiliar nessa tarefa. Ainda me pego pensando até hoje, se as coisas tivessem acontecido de outra forma, como será que estaríamos hoje? Aquela virada foi um fato realmente marcante. Será que eu deveria ter esperado mais do que aqueles 15 minutos? Talvez eu ainda esteja esperando até hoje...

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Sobre viagens, carros, e quadros

Hoje completa um mês desde que vim para Belo Horizonte. "Putz! Isso é muito tempo!" - exclamei ao pensar no fato. Nem tinha percebido que já fazia todo esse tempo. As coisas aqui estão fluindo tão bem e numa paz tão grande que o tempo tem corrido livremente para mim. Trabalho alegre, vou para casa descansar de bem com a vida, às vezes me aventuro a ir ao Centro atrapalhar os estudos do Gabriel Belo ou encontrar os amigos para um bom papo na Praça da Liberdade. Acredito que já ampliei bastante o meu leque de amizades nesse tempo e espero que ele continue crescendo.
Nesse período, nada fora do esperado aconteceu comigo, pelo menos na capital dos mineiros, mas acredito que na Cidade das Areias Brancas a coisa não está mais a mesma (em certos pontos). Há uma incerteza sobre o que vou sentir quando voltar à minha terra depois de três semanas fora. Até semana retrasada, eu não tinha passado nenhum fim de semana em Belo Horizonte desde que vim para cá, mas depois de passar o primeiro pude perceber que não é tão ruim como eu imaginaria que fosse. Confesso que ainda sinto muita falta da Praça da Matriz. Passar domingos sem ir pra por volta de 7 da noite e escutar MP3 ou jogar DS enquanto observava o movimento das "minichickens" me fazia muito bem.
Confesso que eu mesmo fiquei surpreso com o comentário da Geralda (uma colega de trabalho [additional content supresed]) hoje quando estava chegando ao trabalho. Ela achou estranho o fato de eu estar vindo à pé (será que ela pensa que todo mundo tem automotivos?) e me perguntou se eu morava perto. À sombra da minha resposta afirmativa ela disse algo como: [Edit: Com sotaque baiano] "Pois é, um dia eu estava vindo [de carro] ali na Antônio Carlos, logo depois de virar a Abrãao Caram, e me deparei com um menino todo feliz, caminhando tranquilamente no passeio da UFMG. Aí eu pensei: 'Gente, aquele menino parece o Ari'." "Era eu mesmo, rs" - interrompi. Realmente, eu não consigo esconder meus sentimentos.
Segunda-feira, eu iniciei uma nova etapa no meu novo trabalho. Depois desse período de adaptação, no qual pude conhecer as pessoas com quem trabalho e entender o funcionamento básico da máquina administrativa, comecei um novo desafio. Minha próxima missão será assessorar o próximo diretor da Escola de Música, pessoa com quem terei contato direto a partir dos próximos dias. Carrego um pouco de receio, mas acredito que a confiança que está sendo depositada em mim dará enormes motivos para eu oferecer o máximo de mim.
Sei que a qualificação profissional será importante e é com isso que eu devo me preocupar agora. Tenho de ir em busca dos conhecimentos que serão necessários na minha área de atuação enquanto ainda estou novo e tenho "gás" para estudar. Quase fiz minha inscrição no vestibular do curso de secretariado da Newton Paiva, que aconteceu no domingo passado. É como diz o Yasu em capítulo de Nana: "Sentir a responsabilidade faz você ter conciência sobre sua importância". Mas por hora, não é tempo de buscar o conhecimento universitário, embora ele faça falta de vez em quando. Tenho de me estabilizar antes para depois investir nisso.
Dessa maneira, não poderei me dedicar ao Curso de Especialização em Artes Visuais como tinha previsto. Embora seja um curso à distância, os encontros presenciais são de suma importância e vai ser complicado participar de todos as aulas. De certo, eu gasto um tempo na internet que poderia ser convertido em minutos de estudo na plataforma do curso, mas não estou tão motivado a estudar Artes Visuais agora que assumi um cargo público que me deixou muito satisfeito (talvez se eu estivesse trabalhando na Belas Artes [não, eu não queria trabalhar na Belas Artes] eu teria mais vontade de me dedicar [por hora eu prefiro me dedicar a aulas de piano, mas falo sobre pianos em outro post]).
Semana que vem recebo meu primeiro salário. Espero que os formiguenses em Belo Horizonte não estejam acreditando que eu vou mesmo levá-los à churrascaria do cheiro saboroso próxima à Praça da Liberdade (senão, terei sérios problemas com isso). Espero que o meu legado de pedir dinheiro à mamãe passe a se inverter a partir da próxima semana. E por fim, espero começar a tirar carteira para entrar no mundo da Geralda (rs), afinal, transporte público aqui em BH é funcional, mas muito tenso.