Acordou pela manhã sentindo um enorme calor. Sentia seu papo maior do que o usual. Não podia falar. O nariz era cenário de uma das melhores cenas de elevador realizada com secreções nasais. Ao levantar começou a expelir esputos que pareciam vir do fundo da alma. Era a gripe que o atacara noite passada.
No dia seguinte, a mesma coisa. O café tornou-se seu maior companheiro. Bastava um gole para expelir mais esputos pela boca, um ciclo que durou toda a manhã. Depois de algumas pastilhas, alguns remédios e mais uns placebos, parecia ter melhorado, mas o tamanho do papo permanecia o mesmo.
Não se desesperou. Preferiu trocar a labuta diária por um repouso saudável. E como fora saudável! Evitou mais irritação ficando em casa naquele dia. Sentia-se enfermo, mas sua garganta ficaria em pleno férmio, material químico utilizado na bomba de hidrogênio, se ele tivesse ido trabalhar. Mas tudo bem. Um pouco de paciência não faz mal a ninguém.