domingo, 11 de setembro de 2011

F5 ou atualização de "coisas" em uma cabeça estranha

Escrever é uma arte. Escrever para que os outros leiam é ainda mais gratificante. Hoje, eu deveria estar em Ouro Preto/Mariana participando de uma Semana de Música Antiga, mas a falta de maturidade falou mais alto. Quis assumir quinze mil compromissos, fiquei assombrado com coisas "normais" numa cidade grande e carreguei uma enorme responsabilidade por cima dos meus ombros. Hoje concluí, não dá, galera.
Ninguém pode ser o super-homem e se você escutar aquela música do David Bowie e sair acreditando que "nós podemos ser heróis, somente por um dia" você pode se ferrar. O máximo que você pode fazer é inventar um super-herói imaginário que venha a ser um herói para as crianças como um Harry Potter foi pra mim um dia. Existe sim uma linha tênue entre acreditar ou não nessas histórias e quando elas se misturam muito com a sua vida comum de alguma forma é realmente intrigante.
Antigamente, a vida podia imitar a arte. Hoje a arte imita muito mais a vida do que o contrário. As novelas mostram um cotidiano tão próximo de qualquer realidade que prendem telespectadores em várias partes do país (mas eu não tenho paciência pra ficar assistindo essas coisas). Os seriados americanos não fazem nada mais do que as novelas, mas muita gente acha mais "interessante" porque não são produções brasileiras recheadas de atores que aparecem no programa "Estrelas" da Angélica qualquer dia e ainda há a facilidade de você "baixar" quantos quiser e puder pela internet.
Hoje, escuto Bloc Party lembrando daquele show épico, pelo qual eu e o Marcelo Rodarte esperamos atônitos, com uma ideia muito diferente. Alguns até hoje me zoam por eu ter perdido os Breeders para ver o baixista do Bloc Party reciclado entre um instrumento de cordas e um teclado só para poder ouvir "Banquet", mas eu não me importo. Eu me importo muito mais de não ter conseguido uma entrada para ver Strokes e Interpol do que de ter ido àquele ridículo show do Bloc Party, porque isso sim sou eu e é algo que não vai mudar.
Eu até tinha vontade de ir ao Rock'n'Rio para ver o Coldplay, mas quando vi que confirmaram Frejat e Skank no mesmo dia, desanimei. Nesse nível, um show do Padre Fábio de Melo me atrai muito mais. Ainda mais que Coldplay já faz parte de um cotidiano antiquíssimo, o qual eu não deveria nem me lembrar neste momento.
Hoje vivo para esquecer cotidianos outrora perniciosos à minha pessoa. Vivo. Como um humano normal, humano demais pra compreender esse jeito que Deus escolheu para amar seus filhos. No entanto, é graças a Ele que também compreendo minhas confusões mentais. Posso ter trocado o santo protetor, mas a fé continua a mesma. Fato é que cansei de ser uma "doce criança no tempo, que verá a linha que passa entre o bem e o mal". Um dia posso até vir a ser um "homem cego, atirando para o mundo", mas eu não acredito que Deus tenha sido mau com seus filhos, nem que venha sendo "ruim ao guiar pelo alto" como um dia Jhon Lord escreveu naquela música do Deep Purple. Deus é um cara legal e se ele tem nos convocado para ser "anjos" por Ele na Terra, nós devemos fazer bem o nosso trabalho. Não falo em ser um cara puro, nem um "Mister Clean", mas um homem justo na medida certa.

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Estamos em 2015 agora. O Interpol voltou ao Brasil e mais uma vez eu não fui a show...

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