sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Eu sei

Vou comentar coisas cotidianas que muitos leitores desejam saber, ou que muitos vão ler só porque o meu último post era viajado e este não é, logo eu tenho muito a falar. Pois bem, não vou seguir a formatação do Thlls ou do Lalinho, mas sim a minha própria, que é o texto corrido, maçante e chato de ser lido. Dane-se.
Semana passada fui visitar o Fill. Mais triste do que ver a cara dele, a fisionomia magra ou a singela e solitária lágrima que ele derramou quando me viu, foi ver a cara da mãe dele, após o período de visitas. Todos os dias penso no que acontece dentro da cabeça desta mulher. Ela deve se lembrar de todas as surras e todas as restrições que ela impôs durante a vida daquele garoto e que o fizeram ter vontade de experimentar um mundo que não era o dela, ou o que ela queria que tivesse. Talvez ela pense que poderia ter evitado, não sei, mas é uma fisionomia completamente inversa à do filho mais novo, que, no auge da sua "narutisse", se diverte chupando um simples picolé no colo do pai, sentado na porta do hospital...
Faltam 9 doadores para repor o estoque de sangue que o Fill precisou no hospital e eu sinto muito, mas não vou doar o meu sangue somente porque o meu sobrinho precisou/precisa. Já fiz isto esse ano, não gostei da experiência, confesso, e não estou afim de repetir nessa situação definitivamente. E pra quem pensar que eu não tenho coração ao dizer isso, eu falo: eu tenho coração sim, porra! É muito ruim sentar numa cadeira de doação, pensar que você só está fazendo aquilo pelo seu sobrinho e lembrar da penosa situação em que ele se encontra no hospital.
"Ah, Tchô, você está sendo pessimista, para", qualquer um que lesse isso aqui, pensaria isso, menos o Matheus Lagoa. Jamais vou esquecer dele comentando que às vezes é melhor a gente ser pessimista e ficar surpreso com o bom resultado do que esperar pelo bom resultado e ficar surpreso pelo mal resultado. Isso é viver de ilusão e ilusões eu deixo apenas para assuntos do coração, porque, nesse caso, é algo que faz, de certa forma, bem mesmo quando dá errado. É, é bem difícil explicar mesmo, eu sei.
Nessas horas, me dá uma enorme saudade da minha irmã Adriana e das vezes que eu chegava do trabalho e deitava nosofazinho xadrez que ficava no quarto dela pra contar as maravilhas/merdas que haviam acontecido naquele dia e etc. Nessa hora me dá uma vontade súbita de pegar um táxi, parar no aeroporto e pedir uma passagem que me leve, nesses termos, "para junto da Adriana", mas o´que me resta é simplesmente comprar uma passagem rodoviária para Formiga e viajar até a casa da minha mãe, onde agora, também o meu pai me espera nos fins de semana. É uma realidade bastante diferente, confesso, me faz me sentir mal de alguma forma, mas isso já é assunto pra outro post, porque nesse caso, é uma coisa que eu não sei.

2 comentários:

Thlls disse...

bom, espero que apareçam 9 pessoas restantes que não tenham problemas quanto à doação. melhoras para o fill e ânimo, tchô!

Cida Leal disse...

Algumas respostas fogem aos nossos livros. Não são nossas, são alheias. Não podemos "pontualizar". Que nos baste apenas as histórias q possamos redigir, de nós próprios. Algumas páginas, definitivamente, não são nossas, são alheias. A nós resta ajudar a carregar o fardo da impossibilidade.